Política britânica rompe com defensores de saída da UE

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Publicado Segunda, 20 de Junho de 2016 às 09:01, por: CdB

A organização oficial Vote pela Saída minimizou a questão. Seu porta-voz disse não se lembrar que Sayeeda tenha se unido à campanha e se mostrou surpreso com seu anúncio

Por Redação, com Reuters - de Londres:

Uma experiente política britânica acusou os defensores da saída da Grã-Bretanha da União Europeia nesta segunda-feira de disseminarem mentiras, ódio e xenofobia, dizendo que está se unindo ao campo que defende a permanência do país do bloco.

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Sayeeda Warsi, ex-ministra e co-presidente do conselho do governista Partido Conservador

Os britânicos irão votar em um referendo na próxima quinta-feira para decidir se o país permanece ou não no bloco de 28 nações, uma escolha que terá consequências econômicas e políticas abrangentes para a Grã-Bretanha e o resto do continente.

Sayeeda Warsi, ex-ministra e co-presidente do conselho do governista Partido Conservador, acusou os defensores do rompimento com a UE de insinuarem equivocadamente que ficar no bloco faria uma grande quantidade de refugiados turcos e sírios rumarem para solo britânico no futuro próximo.

– Será que estamos preparados para contar mentiras, a espalhar ódio e xenofobia só para vencer uma campanha? Para mim é ir longe demais – afirmou ela ao jornal The Times.

– Não quero que o campo do 'Sai' governe este país e não quero que as mensagens vindas daquele campo formem a base do tipo de Grã-Bretanha na qual quero morar e criar meus filhos – acrescentou.

A organização oficial Vote pela Saída minimizou a questão. Seu porta-voz disse não se lembrar que Sayeeda tenha se unido à campanha e se mostrou surpreso com seu anúncio. Sayeeda não desempenhou um papel proeminente na campanha do "sai", mas disse que passou bastante tempo defendendo a desfiliação.

Campanha pela permanência

Montadoras de veículos e times de futebol declararam seu apoio à permanência da Grã-Bretanha na União Europeia nesta segunda-feira, quando pesquisas de intenção de voto mostraram que a campanha do "fica" ganhou terreno, fortalecendo o mercado de ações e a libra esterlina três dias antes do referendo.

Além disso, a ex-co-presidente do conselho do governista Partido Conservador Sayeeda Warsi rompeu com os defensores da saída do bloco, acusando-os de disseminarem mentiras, ódio e xenofobia.

Os britânicos irão votar na quinta-feira em um referendo que irá não somente moldar o papel do país no comércio mundial e em outras questões, mas também determinar o futuro da UE, que tem tido dificuldade para mostrar unidade em temas como imigração e crises financeiras.

Os dois lados retomaram a campanha no domingo, após uma suspensão de três dias em respeito à parlamentar pró-UE Jo Cox, que foi assassinada em público por um homem que gritava "a Grã-Bretanha primeiro, mantenham a Grã-Bretanha independente, a Grã-Bretanha sempre virá em primeiro lugar".

Na semana passada, as pesquisas levavam a crer que o campo do "sai" havia conquistado uma dianteira no debate que polarizou a nação. Mas as sondagens do final de semana, algumas realizadas depois do assassinato,  indicaram que a campanha do "fica" recuperou ímpeto.

A probabilidade de os britânicos decidirem continuar no bloco de 28 nações subiu para 74,6 %  nesta segunda-feira, um aumento em comparação com os 60-67 % de sexta-feira.

A libra esterlina subiu 2 % em relação ao dólar nesta segunda-feira, colocando a moeda a caminho de seu maior alta em um dia em mais de sete anos, e o índice FTSE da Bolsa de Londres subia mais de 3 %.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que lidera a campanha do "fica", vem se concentrando no argumento econômico ao dizer aos eleitores que uma desfiliação da UE prejudicaria salários e empregos e levaria a uma década de incertezas.

Sua causa foi fortalecida nesta segunda-feira pelos comunicados de executivos de várias montadoras, como Jaguar Land Rover, Toyota, BMW e Vauxhall, exortando os britânicos a permanecerem no bloco.

O presidente-executivo da Liga Inglesa de futebol, Richard Scudamore, também expressou seu apoio, dizendo que os 20 clubes da liga querem continuar na UE.

O referendo foi prometido por Cameron em 2013 por pressão de parlamentares eurocéticos de seu próprio Partido Conservador, que, como o restante do país, vem se mostrando dividido no debate.

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