Policiais "trocam" armas por votos em Minas Gerais

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Publicado Domingo, 12 de Setembro de 2004 às 07:28, por: CdB

O resultado das eleições que serão realizadas em outubro pode representar um desfalque nos quadros das polícias Civil e Militar. Segundo a lista oficial de candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 520 integrantes da ativa das duas corporações concorrem a cargos de vereador, vice-prefeito e até mesmo de prefeito de municípios mineiros.

Somente no boletim interno da Polícia Civil, que reproduz atos publicados no Diário Oficial do Estado relativos à corporação, publicado no dia 7 de julho, o diretor de Administração e Pagamento de Pessoal da instituição, delegado Fidelcínio Pedrosa, concedeu licença a 60 policiais.

A Polícia Militar lidera o ranking das candidaturas, com 422 concorrentes a vagas de vereador, oito para prefeito e mais quatro para vice-prefeito. O número de militares nas eleições vem crescendo desde 1997, quando ocorreu a primeira greve da polícia no Estado. Na eleição do ano seguinte, pelos menos os líderes do movimento grevista, os cabos Júlio e Moraes e o sargento Rodrigues conseguiram se eleger.

Já a Polícia Civil tem 79 candidatos a cadeiras de parlamentares e mais sete para os executivos municipais nas eleições de outubro. Vale lembrar que o número de policiais militares, que atualmente chega a 32 mil homens no Estado, é quatro vezes maior que o efetivo da Polícia Civil, de 8 mil policiais. Se levado em conta os efetivos, o número de candidatos é praticamente o mesmo.

Somente na capital mineira, sete policiais civis e 22 militares concorrem a uma das 41 cadeiras da Câmara Municipal, atualmente são 37 vereadores, mas o número vai crescer na próxima legislatura. Os integrantes das forças de segurança mineiras não têm alinhamento na orientação ideológica e os policiais saíram candidatos pelos mais variados partidos, desde aqueles com tendências conservadoras até os mais progressistas.

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