Polícia investiga morte do diretor da Shell

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Publicado Domingo, 30 de Novembro de 2003 às 22:57, por: CdB

As investigações sobre a morte do diretor da área de Gás e Energia da Shell, Todd Staheli, de 39 anos, começaram no último domingo. A 16ª Delegacia de Polícia (DP), da Barra da Tijuca, é a responsável pela apuração do caso. O delegado Marcos Henrique passou parte do dia recolhendo informações no local do crime, que provocou a morte do empresário e deixou sua mulher Michelle gravemente ferida.

No fim da tarde, a polícia iniciou os depoimentos com os empregados da casa do executivo e do condomínio. O primeiro a depor foi o motorista particular de Staheli, que saiu da delegacia vestindo um colete da Polícia Civil a fim de evitar entrevistas. Ele não estava de serviço no último sábado.

Marcos Henrique disse à noite que ainda não era possível saber o que teria levado alguém a atacar com golpes cortantes o casal. Ele lamentou que o circuito interno de TV do condomínio não estivesse equipado para gravar imagens.

Diferentemente do que foi divulgado no início das apurações, o empresário e sua mulher foram encontrados pelo filho de 10 anos. A primeira notícia era de que a filha de 13 anos teria encontrado os pais. Staheli foi assassinado em sua casa, em um condomínio da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Segundo o delegado, Staheli ainda foi encontrado com vida ao lado da mulher, por um dos filhos do casal. Estava agonizante e morreria em poucos minutos. Michelle estava gravemente ferida na cabeça. Os ferimentos nos dois foram causados por um objeto cortante, possivelmente um machado. Informações preliminares indicam que não havia sinais de roubo ou arrombamento na casa.

Michelle, de 34 anos, foi levada ao Hospital Copa D´Or, em Copacabana, depois de receber os primeiros socorros no Hospital Municipal Miguel Couto. Ela deu entrada no Serviço de Emergência do Copa D´Or às 13h18min, 'com gravíssimo traumatismo crânio-encefálico, em coma profundo, com sinais claros de compressão do tronco cerebral e isquemia', de acordo com boletim médico divulgado às 20 horas.

Após exames e diagnósticos de imagem, ela foi submetida, a partir das 15 horas, 'em caráter de emergência', a uma craniectromia, que consiste na retirada de parte da calota craniana, com a finalidade de aliviar a pressão causada pelo edema cerebral.
 
Os médicos também efetuaram uma drenagem para aspirar um hematoma no cérebro. A cirurgia durou três horas e Michelle permanecia, às 21 horas, sedada por anestesia no CTI Pós- operatório do Copa D´Or.

Ela recebeu golpes na face, que provocaram, além do traumatismo craniano, diversos ferimentos profundos na região do nariz e dos olhos. Ainda segundo a nota do Copa D´Or, assinada pelo neurocirurgião Marlo Flores, seria impossível fornecer um prognóstico 'para as próximas horas', em razão do 'estado de saúde gravíssimo' da mulher do executivo da Shell.

Todd Staheli era norte-americano e chegou ao Brasil há três meses e meio, para ocupar o cargo na Shell, onde cuidava, entre outras coisas, do controle da distribuidora de gás canalizado de São Paulo, Comgás - a empresa foi comprada em 1998 por um consórcio formado pela Shell e pela britânica BG - e da participação da multinacional no projeto de construção do Gasoduto Bolívia-Brasil.

O casal tem quatro filhos, com idades de 3, 8, 10 e 13 anos. Nenhuma das crianças sofreu agressão. A caçula, de 3 anos, dormia no quarto dos pais quando a tragédia ocorreu. A Shell está trazendo, dos Estados Unidos, parentes das vítimas para acompanhar o tratamento de Michelle e para cuidar das crianças, segundo informou a empresa.

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