Polícia faz operação contra máfia das próteses

Arquivado em:
Publicado Terça, 02 de Junho de 2015 às 08:45, por: CdB
policiamafia.jpg
Policias federais cumprem 72 mandados em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo e Santa Catarina
  A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira, em quatro Estados, uma operação para prender médicos, empresários e representantes comerciais suspeitos de participação em um suposto esquema que induzia pacientes a se submeterem a procedimentos cardiológicos desnecessários apenas para venderem próteses cardíacas e desviar recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a PF, 72 mandados estão sendo cumpridos em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo e Santa Catarina. São oito mandados de prisão temporária, sete de condução coercitiva, quando o investigado é conduzido para prestar depoimento e liberado em seguida, 36 de sequestro de bens e 21 de busca e apreensão. A PF informou que há indícios de que os suspeitos falsificavam documentos para a realização de procedimentos cardiológicos sem nenhuma necessidade. As próteses não utilizadas nos procedimentos simulados eram desviadas e usadas em cirurgias feitas nas clínicas de propriedade dos membros do grupo. Segundo os investigadores, os médicos recebiam das empresas propinas que variavam entre R$ 500 e R$ 1 mil, por prótese. O grupo chegava a receber R$ 110 mil por mês. Apenas uma das empresas investigadas pagou aproximadamente R$ 1,5 milhão, em menos três anos. Além de receber dinheiro do SUS, os médicos costumavam cobrar dos pacientes pelos procedimentos cirúrgicos. A partir da denúncia de que um paciente morreu após ter pago R$ 40 mil para ser atendido pelos médicos integrantes da organização criminosa, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) investigam as mortes que podem ter ocorrido devido à ação do grupo. Os investigados foram indiciados pelos crimes de estelionato contra entidade pública, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa. A operação, que contou com o apoio do MPF, foi chamada de Desiderato, sinônimo de aspiração, pretensão, em uma alusão às próteses.
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo