Polícia Civil e Corregedoria investigam sumiço de cinco jovens em SP

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Publicado Sexta, 28 de Outubro de 2016 às 09:32, por: CdB

O caso chegou ao Ouvidor da Polícia, Júlio Cesar Fernandes Neves, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da prefeitura paulistana, onde as famílias fizeram a reclamação

Por Redação, com ABr - de São Paulo:

A Polícia Civil de São Paulo instaurou procedimento para investigar o desaparecimento de cinco jovens que sumiram no dia 21 deste mês. Eles estavam indo de carro encontrar garotas em uma festa em um sítio em Ribeirão Pires, no Grande ABC e, desde então, as famílias não tiveram mais notícia.

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A Polícia Civil de São Paulo instaurou procedimento para investigar o desaparecimento de cinco jovens que sumiram no dia 21 deste mês

A última informação recebida foi uma mensagem de um dos jovens, via celular, dizendo ter sido parado em uma blitz policial. Como há a suspeita de participação de policiais no desaparecimento, a Corregedoria também vai acompanhar a investigação.

O caso chegou ao Ouvidor da Polícia, Júlio Cesar Fernandes Neves, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da prefeitura paulistana, onde as famílias fizeram a reclamação. “As famílias levaram o caso para a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e a secretaria acionou a Ouvidoria”, disse ele, em entrevista à Agência Brasil. “Teve um dos jovens que conseguiu mandar um áudio para familiares falando que foi parado (em uma blitz)”, contou o ouvidor.

Os nomes e fotos de quatro dos cinco jovens aparecem no site da Polícia Civil no registro de pessoas desaparecidas. São eles: Jonathan Moreira Ferreira, 18 anos; César Augusto Gomes Silva, 20; Caique Henrique Machado Silva, 18; e Robson Fernando Donato de Paula, 17, que é cadeirante. O quinto rapaz, que dirigia o carro, era Jonas Ferreira Januário, 30 anos.

O veículo, de acordo com o ouvidor, foi encontrado intacto, “sem ninguém quebrar nada”. “Esse carro foi encontrado em uma via pública, mas não no sítio (para onde eles estavam indo)”.

Segundo o ouvidor, a família relatou à secretaria que os jovens. Já tinham sido detidos por infrações, estavam sofrendo retaliações após a morte de um policial na região onde eles moram.

Algo estranho

– É muito estranho porque é muito difícil cinco pessoas sumirem de uma vez só. E até mesmo sendo um deles cadeirante. Eu, como ouvidor, estou muito preocupado com esse caso e na expectativa de que eles apareçam vivos. Mas com muita preocupação porque as famílias retrataram que existe a possibilidade de estarem sofrendo retaliação porque houve a morte de um policial na região deles (onde eles vivem) – disse o ouvidor.

De acordo com Neves, um dos familiares relatou à secretaria que as ameaças aos jovens estavam sendo feitas por policiais. “Tomara que não sejam (os policiais os responsáveis pelo desaparecimento dos jovens). Espero que não tenha a participação de policiais. Mas se ficar comprovado, é seríssimo, é estarrecedor. Esperamos que isso seja elucidado de uma forma mais tranquila”, disse.

Neves encaminhou um pedido ao Ministério Público Estadual, à Corregedoria da Polícia e ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para que também acompanhem o caso.

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que o carro que foi usado pelos jovens foi encontrado e periciado e que as famílias foram ouvidas. “Como uma abordagem da PM foi citada por um parente das vítimas. A Corregedoria da PM acompanha a investigação da Polícia Civil. Mais informações não podem ser passadas para não prejudicar as investigações.”

Já a Secretaria Municipal de Direitos Humanos disse que, tão logo foi acionada, na terça-feira, pelos familiares dos rapazes desaparecidos."Acionou a Ouvidoria da Polícia Militar, a Ouvidoria da Defensoria Pública e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). A pasta segue acompanhando a evolução das informações".

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