Foram retomadas na manhã deste sábado as negociações com os presos do pavilhão 2 da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais. Eles estão rebelados desde a última quarta-feira (21) e mantém três reféns.
Segundo a Polícia Militar do município, a estratégia é vencer o presos pelo cansaço. Os responsáveis pelas negociações ofereceram a eles a liberação da visita dos familiares no próximo domingo e fornecimento de alimentação – que foi suspenso, assim como o fornecimento de água e luz – se eles soltarem os reféns e encerrarem a rebelião.
Os presos reivindicam revisão de penas e retomada de procedimentos como visitas íntimas e banhos de sol mais longos, vetados pela nova direção.
Na última sexta-feira (23), o agente penitenciário José Marcelo de Souza pulou do telhado onde era mantido refém para se libertar. Souza pulou de uma altura equivalente a dois andares, caiu no pátio e correu para uma das muralhas. Ele foi levado de helicóptero para o Hospital Pronto-Socorro, em Belo Horizonte. De acordo com a Secretaria de Defesa Social, ele teve escoriações, mas passa bem.
Tentativa
Na última quinta-feira (22), nove detentos do pavilhão 10 ficaram feridos, segundo informações da Polícia Militar. Eles tentaram fazer uma rebelião a exemplo do pavilhão 2, mas foram impedidos por uma invasão policial.
Irregularidades
A PM apreendeu, durante vistoria realizada em março, objetos como piscina de plástico, churrasqueira, freezers e aparelhos eletrônicos. Na ocasião, agentes denunciaram o envolvimento da diretoria do presídio com líderes de pavilhão e a entrada de revólveres, mantimentos e prostitutas na penitenciária.
No início de abril, o diretor-geral e o diretor de segurança foram afastados pelo governo. Em seguida, os detentos organizaram duas rebeliões em menos de cinco dias.