PF deve ouvir ACM até junho sobre grampos telefônicos

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Publicado Sexta, 09 de Maio de 2003 às 14:47, por: CdB

O delegado da Polícia Federal designado para investigar o caso dos grampos telefônicos na Bahia, Gesival Gomes, afirmou nesta sexta-feira que pretende ouvir o depoimento do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) até o dia 15 de junho. O local, hora e a data serão escolhidos pelo senador, acusado de ser o mandante das escutas telefônicas. O delegado disse que há evidências de que ACM está à frente dos grampos, mas ainda não há dados suficientes para comprovar. - Já existem testemunhas que levam a essa conclusão, mas achamos precoce nos pronunciarmos publicamente a respeito disso antes de ouvir o senador -, disse. Apesar disso, o senador se livrou, nesta semana, de um possível processo de cassação de mandato. Além de ACM, o delegado disse que pretende ouvir outras dez pessoas até concluir o inquérito. Dentre elas, estão o assessor de ACM, Fernando César Mesquita, que será ouvido no dia 22 deste mês, o deputado Paulo Magalhães, que conversou com a juíza responsável pela autorização do grampo ao deputado federal Gedel Vieira Lima (PFL-BA), três diretores da empresa que instalou as escutas. Fecham a lista os quatro juízes de direito que permitiram a instalação dos grampos. Um deles, de acordo com o delegado, é da Vara de família. Portanto, por não ser da área criminal, não poderia pedir a instalação de grampo telefônico. Por sua vez, o Ministério Público da Bahia ouvirá três deputados estaduais que tiveram seus telefones grampeados. Os depoimentos serão incluídos na investigação feita pela PF. Gesival Gomes disse que os deputados serão ouvidos porque podem indicar as circunstâncias em que os grampos foram feitos, o que, por sua vez, deve esclarecer se houve interesse político na instalação dos grampos. Os números descobertos pela PF sobre a liberação de grampos na Bahia mostram que as escutas telefônicas estavam disseminadas no Estado. De acordo com o delegado, a Justiça baiana autorizou a instalação de mais de 3.000 escutas telefônicas nos últimos dois anos.

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