Pesquisa diz que a gasolina nacional é de boa qualidade

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Publicado Quarta, 02 de Outubro de 2002 às 20:00, por: CdB

Apenas 8% da gasolina consumida no país pode ser considerada de qualidade inferior. A informação é de técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), órgão que é responsável pela fiscalização e melhoria da qualidade dos combustíveis derivados do petróleo. Para chegar a esse percentual, a ANP estabeleceu convênios com 18 laboratórios em universidades e institutos de pesquisa que atuam no monitoramento da qualidade dos combustíveis nacionais. Esses laboratórios são selecionados de acordo com a competência e capacidade de realizar as análises impostas pelo governo. A exceção dos estados de Roraima, Acre, Tocantins e Amazonas nos demais existem laboratórios conveniados. De acordo com a ANP os maiores registros de adulteração pertencem aos estados do Maranhão, Alagoas e Pernambuco. Neles o número de fraudes é tão alto a ponto de influenciar no índice de qualidade do país. Situação contrária é encontrada em São Paulo, onde à semana passada o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) inaugurou ampliações no seu Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes (LCL), responsável pelo monitoramento da qualidade nos combustíveis em 85 municípios. O LCL começou a funcionar da década de 40 e hoje atende até a empresas no exterior. Os técnicos do governo garantem que toda gasolina que sai das refinarias e distribuidoras está em acordo com as normas estabelecidas e lembram que as adulterações ocorrem no trajeto até os postos revendedores. As misturas fraudulentas lesam tanto o consumidor, que tem seu veículo danificado, quanto o proprietário do posto que é quem arca com a consequências judiciais. No caso da gasolina as fraudes ocorrem ou na proporção na quantidade de álcool, cujo percentual de mistura aceito é de até 26%, ou na adição de solventes. De acordo com o professor Florival Rodrigues, coordenador do laboratório de pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a alteração no teor de álcool não é prejudicial ao conjunto mecânico do veículo, mas os solventes causam diversos desajustes tais como entupimento das válvulas, desgastes nas velas, corrosão em diversas partes e aumento de consumo. Desde de 1992 o chumbo deixou de fazer parte da composição da gasolina sendo substituído pelo Álcool anidro pois, além de ser altamente tóxico, o metal é cancerígeno e poluente. O álcool apresenta ainda como vantagens o fato de não ser poluente é totalmente produzido no Brasil, proporcionando uma redução de 25% na importação do petróleo. A fiscalização para se coibir as ações criminosas é feita pela ANP. Os fiscais vão aos postos de combustíveis acompanhados de químicos que são encarregados de aferir se o produto está dentro das normas estabelecidas e se a qualidade do combustível está conforme o determinado. Os fiscais são orientados pelos resultados das amostras coletadas e analisadas pelos laboratórios, pelas denúncias da Central de Atendimento do órgão e pelo Ministério Público dos estados. A pena para os postos flagrados em situação irregular varia de interdição do estabelecimento a multa, que varia de R$ 20 mil a R$ 5 milhões. Do início do ano até agora foram realizadas 15.783 vistorias que resultaram em 778 interdições em função de 349 adulteração e 4.849 atuações em consequência de 1.140 misturas fraudelentas. Em Brasília, das 107 amostras de gasolina coletadas em todo o Distrito Federal apenas quatro não estavam dentro do estabelecido pela ANP. Isso, entretanto, segundo a agência, não significa que a gasolina estivesse adulterada. De toda forma, os técnicos recomendam atenção por parte dos consumidores e aconselham, por exemplo, abastecer sempre no mesmo posto, exigir a nota fiscal, verificar se existe a placa da ANP com o telefone da Central de Atendimento ao Consumidor (0800-900267) e, em caso de dúvida, pedir o teste de proveta, que verifica o excesso de álcool na gasolina.

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