Para Sindicato dos Químicos, proibição de sacolas plásticas em São Paulo pode eliminar 30 mil empregos

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Publicado Terça, 31 de Maio de 2011 às 06:00, por: CdB
Para Sindicato dos Químicos, proibição de sacolas plásticas em São Paulo pode eliminar 30 mil empregos

Movimentos sociais cobram discussão ampla e consulta a atores sociais

Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual

Publicado em 30/05/2011, 12:00

Última atualização às 13:07

Sindicalistas reclamam que trabalhadores não foram ouvidos pela prefeitura (Foto: Sxc.hu)

São Paulo – A proibição de distribuição e venda de sacolas plásticas em São Paulo foi recebida com apreensão pelo Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Plásticos de São Paulo. De acordo com Rítalo Alves Lins, diretor da entidade, a medida terá forte impacto no nível de emprego do setor plástico. “O projeto tem impacto em 30 mil postos que vamos perder no entorno da Grande São Paulo e no estado”, calcula.

A medida sancionada pela prefeitura de São Paulo, que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2012, não ouviu os trabalhadores e empobrece os debates sobre a sociedade de consumo e a preservação do planeta, critica Lins. “A prefeitura atropelou a sociedade e atores sociais como os trabalhadores”, destaca.  “Não se pode pegar as sacolinhas como vilão. O sindicato é favorável que se desenvolva (algo que) substitua o plástico que temos derivado de petróleo. Queremos um debate completo”, pede.

Nina Orlow, do Movimento Nossa São Paulo, também critica a medida tomada de forma isolada. “Qual campanha está sendo feita para que as pessoas minimizem seus resíduos?”, questiona. “Ninguém está tratando do ponto principal. A gente precisa encarar todos os plásticos da mesma maneira e ver como está sendo a tal logística reversa. Que plano o estado de São Paulo tem para os resíduos?”, aborda Nina em entrevista ao Jornal Brasil Atual.

A substituição das sacolas plásticas por outros materiais para transportar compras, por exemplo, não encerra o problema de descarte de resíduos. “Nos preocupa muito a pessoa que traga para casa a compra em caixa de papelão e ela vai acabar indo do mesmo jeito para o aterro sanitário”, aponta.

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Apesar de ser favorável à minimização de resíduos, Nina destaca que a proibição das sacolas “está sendo jogada” sem a existência de coleta seletiva na capital paulista. “O que nos move muito é essa infeliz questão de que não temos coleta seletiva em São Paulo”, critica.

Educação cidadã

Alves e Nina concordam que falta um enfoque de educação cidadã às medidas da prefeitura. “A sacolinha não pula para o bueiro sozinha”, brinca a representante da Nossa São Paulo. “É mais preocupante o que a pessoa coloca na sacolinha do que a sacolinha”, define.

Alves acredita que é necessário inserir educação cidadã nas escolas a partir de quarta série até à universidade, com conteúdos voltados à discussão da sociedade de consumo e a minimização de resíduos.

Para Nina, a proibição das sacolas plásticas em São Paulo traz ao menos um ponto positivo. “Uma única questão positiva é que serve para o debate, já que não há campanhas educativas.”

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