Os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Casa Civil, José Dirceu, entraram em campo ontem para remover obstáculos à votação da reforma tributária no Senado e reforçar a posição do governo em defesa do fim da guerra fiscal. Os dois ministros participaram de um jantar na residência do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que contou também com a presença do líder do PMDB, senador Renan Calheiros, que vem defendendo a manutenção dos incentivos fiscais na reforma tributária, posição divergente à do governo.
Segundo senadores da base governista, a reunião serviu também para uma conversa franca sobre a relação do PMDB com o governo no Senado, onde estão tramitando as reformas da Previdência e tributária. Em relação a tributária, não há acordo entre governo e oposição e o próprio Sarney já declarou que sem acordo fica difícil a votação da proposta até 31 de dezembro.
A posição da bancada do PMDB é importante, uma vez que tem 22 senadores, número expressivo para completar um quórum de 49 votos exigidos para a aprovação de emenda constitucional. A bancada do PMDB está insatisfeita com a demora do governo em definir espaços aos senadores tanto no Executivo quanto nas nomeações de cargos federais nos Estados.
Ainda nesta quarta-feira deverá haver mais uma rodada de conversas sobre a reforma tributária. O governo corre contra o tempo já que precisa votar até 31 de dezembro as prorrogações da Desvinculação da Receita da União (DRU) e da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).