Pai de Liana fará campanha para reduzir maioridade

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Publicado Domingo, 16 de Novembro de 2003 às 11:09, por: CdB

O pai da adolescente Liana Friendenbach, o advogado Ari Friendenbach, 43 anos, declarou em entrevista ao jornal Diário de S.Paulo que irá fazer uma campanha para reduzir a maioridade penal no país. Liana e seu namorado, Felipe Silva Caffé, foram assassinados brutalmente quando acampavam em um sítio abandonado em Embu-Guaçu, São Paulo. O crime reacendeu o debate em torno da redução da idade penal. Conforme a investigação da polícia, Liana foi morta com 15 facadas dadas pelo menos de 16 anos Champinha, depois de ter sido abusada sexualmente.

- Com dois anos de idade, se matou tem que ir para a cadeia. Se sabe matar tem que ir preso. Quero crer que a missão da minha filha aqui era essa. Não posso deixar que a morte dela tenha sido em vão - disse Ari na entrevista.

Conforme a reportagem do jornal, Ari está deixando a barba crescer por motivos religiosos. "É tradição do judaísmo após a morte de alguém da família", disse. O advogado está três quilos mais magro e, após 10 dias acordado, conseguiu dormir na última quarta-feira. Ele disse não querem mais falar sobre recordações da infância e adolescência de Liana para não ficar "para baixo".

- Não quero fazer as pessoas chorarem. Eu quero fazer as pessoas viverem. E que elas comecem a agir para poder viver - disse, falando novamente sobre a campanha para pedir mudanças na Constituição em favor da diminuição da idade penal.

Ari se mostrou, na entrevista, revoltado com aqueles que são contra a inexistência da idade penal para crimes cometidos por adolescentes. - Quem é contra a única forma de fazer ele acordar é passar pelo que eu estou passando. A hora que matarem a filha dele ele vai ser a favor. O cara que grita ser contra é porque realmente precisa perder uma filha. É o que eu desejo a ele - diz. 

Protesto reúne amigos do casal assassinado

Uma manifestação contra o assassinato de Liana e reuniu cerca de 50 pessoas, neste sábado, na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Os manifestantes, em sua maioria amigos do casal e estudantes do Colégio São Luiz, caminharam por meia hora no local e prometeram organizar um protesto maior na próxima semana.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a manifestação, que se concentrou nas proximidades da alameda Campinas, não prejudicou o tráfego na região.

Felipe e Liana foram mortos, com requintes de crueldade, no município de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Eles haviam saído para acampar, sem avisar aos pais, e ficaram desaparecidos por vários dias. Os cinco suspeitos do crime estão presos: o menor de 16 anos conhecido como Champinha, Paulo César da Silva Marques (Pernambuco), Antonio Matias de Barros, Antonio Caetano da Silva e Aguinaldo Pires.

Segundo a polícia, além de estuprar e executar Liana, o menor Champinha idealizou o crime e comandou a quadrilha. Felipe foi executado por Pernambuco com um tiro na nuca, e Liana foi morta a facadas.

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