O Secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), George Robertson, anunciou na noite deste domingo que a Comissão de Planejamento de Defesa da entidade chegou a um acordo para aprovar o envio de ajuda militar à Turquia.
A proposta foi aprovada por todos os 18 membros da comissão, que não tem a participação da França, maior opositora do projeto.
Robertson frisou que a ajuda será puramente defensiva, para proteger os turcos, caso um eventual ataque militar ao Iraque provoque uma retalização militar iraquiana contra a Turquia, único membro da Otan que faz fronteira com o país de Saddam Hussein.
A França, único país da Otan que não participa da Comissão de Planejamento de Defesa, defende que o envio de ajuda militar à Turquia antes do início de uma possível guerra vai prejudicar os esforços diplomáticos.
Veto
Representantes dos países membros da aliança militar estiverem reunidos durante todo o domingo na sede da Otan, em Bruxelas.
Ao lado da França e da Alemanha, a Bélgica vinha impedindo a aprovação do plano.
A proposta dicutida neste domingo foi apresentada pela Bélgica, que aceitou retirar o veto, desde que ficasse claro que o objetivo da ajuda é puramente defensivo e que ela não abrirá caminho para aumentar a presença militar no país, tendo em vista uma guerra contra o Iraque.
Agora a proposta vai ser apresentada e discutida pelo Conselho do Atlântico Norte, que tem a participação de todos os 19 países-membros.
Ministros das Relações Exteriores de países europeus irão realizar um encontro de emergência na segunda-feira para tratar da crise iraquiana, e fontes diplomáticas afirmam que um avanço nas negociações na Otan poderá ter influência nessa reunião.
A Bélgica “quer evitar, acima de tudo, que essa decisão seja o primeiro passo em uma preparação para a guerra”, disse o primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt.
Verhofstadt disse que seu governo manteve conversações com autoridades na França e na Alemanha em uma tentativa de encontrar uma posição comum.
A Otan realizou vários dias de reuniões na semana passada para tentar, inutilmente, resolver o impasse.
Os Estados Unidos alegaram que a Otan tem a obrigação de dar apoio militar à Turquia, que pediu o envio de aviões de vigilância, baterias antimísseis e unidades contra ataques químicos.
O governo americano tem esperança de que a Turquia autorize o envio de pelo menos uma divisão militar ao país para um eventual ataque ao Iraque.