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Publicado Quinta, 02 de Junho de 2011 às 07:55, por: CdB

Por Daniel Pereira 02/06/2011 às 13:36

Devemos monopolizar o uso da linguagem pela lente da gramática tradicional?

Fomos educados com mentalidade da gramática tradicional que já tem alguns milênios,daí a dificuldade que temos de vencer essa barreira, a semiliguística tem apenas uns cento e poucos anos.

O que admiro na semilinguística é que devemos ser poliglota na mesma língua e que isso levará um aprofundamento na própria cultura; que existe uma diversidade de formas de se expressar e que não devemos aniquilar os meios e as formas de expressão. Nenhuma forma deve ser considerada superior a outra, diferente do faz a gramática. Quanto mais formas aprendermos a expressar, maior será nosso conhecimento linguístico e maior será nossa capacidade de interpretação e expressão.

O que seria da literatura de cordel, da nossa música, de Guimarães Rosa e tantos outros se tivéssemos apenas a lente da gramática tradicional? O que seria dos dialetos, gírias, expressões idiomáticas, literatura contemporânea etc se gramática tradicional prevalecesse? Estaríamos falando latim até hoje e nosso português nem iria existir, mas graças aos faladores "errados" o português pôde nascer e se modificar. Ou quem sabe estaríamos falando português de Portugal do sec XIII, e não um português brasileiro que se modifica a cada geração para o terror da gramática que sempre é obrigada a mudar suas regras graças a vivicidade da linguagem que ela tem dificuldade de considerar.

A gramática tradicional é tão limitada que apenas consegue ter como objeto de estudo uma forma de se expressar, enquanto para a semilisguística todas as formas podem produzir conhecimento e devem ser interpretadas. Apesar disso a gramática também tem a importância de ser mais uma forma de expressão da riqueza da linguagens.

Claro que não devemos abolir a gramática, mas sim aprender a nossa língua de modo mais amplo possível. Ensinar apenas uma linguagem é tão ruim quanto cultivar uma monocultura de soja. A natureza se comporta melhor quando há diversidade. Talvez produziríamos mais conhecimento, tolerância, respeito se rompêssemos as barreiras da monocultural gramática. A gramática não é ruim por ela em si, mas quando ela tenta reprimir o ensinamento da diversidade da comunicação.

Viva as ciências semilinguínsticas que também consideram a gramática em seu universo.

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URL:: http://brazilsoberano.blogspot.com/

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