Os Estados Unidos vão às urnas

Os norte-americanos vão às urnas nesta terça-feira nas chamadas eleições intermediárias, que renovarão parte do Senado, toda a Câmara dos Representantes, a maioria dos governadores de estados e, ainda, poderão influenciar a escolha do próximo presidente da República. Os resultados do pleito não deverão impor grandes mudanças à agenda do presidente George W. Bush - na pior das hipóteses, suas indicações para o Judiciário serão afetadas -, mas sua reputação como líder do Partido Republicano pode sair chamuscada. Durante a campanha eleitoral, Bush investiu consideravelmente em diversos estados, promovendo os republicanos especialmente em Dakota do Sul, Minnesota, Texas e Missouri. "Se não conseguir se dar bem nos estados onde está aparecendo mais, isso poderá afetá-lo", comentou James Thurber, diretor do Centro de Estudos Congressistas e Presidenciais, da Universidade Americana. Thurber aletou que as eleições intermediárias não podem, porém, ser vistas como um referendo sobre a liderança de Bush na guerra contra o terrorismo - como gostariam muitos dos republicanos - e tampouco como uma análise de seu desempenho na área econômica - um trunfo dos democratas. Na verdade, a maioria dos analistas políticos afirma inexistir um tema nacional em comum nas eleições. As disputas individuais parecem concentrar-se em questões de cada região e na personalidade dos candidatos. Os analistas também prevêem que o resultado das urnas não vai revolucionar o atual panorama político: nenhum partido obterá maioria expressiva no Congresso e tanto o Senado como a Câmara dos Representantes permanecerão acirradamente divididos. O que está em jogo? Senado: antes da morte de Paul Wellstone, no mês passado, os democratas tinham uma cadeira de vantagem (50 a 49). Os eleitores renovarão 34 cadeiras da Casa. Câmara dos Representantes: os republicanos tem o controle, por 223 a 208 cadeiras. Um congressista é independente. Todas as 435 cadeiras estão em disputa. Governos estaduais: atualmente, são 27 republicanos e 21 democratas; 36 estados elegerão seu novo governante, incluindo a Flórida, que é administrada por Jeb, irmão de Bush. Vale lembrar que quatro dos cinco últimos presidentes norte-americanos exerceram o cargo de governador. Em 38 estados, os eleitores também darão sua opinião em propostas variando da reforma eleitoral à legalização da maconha e o casamento entre homossexuais.