Organizações sociais exigem retirada de tropas militares

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Publicado Sexta, 23 de Setembro de 2011 às 12:40, por: CdB

A Coordenadora pela Retirada das Tropas do Haiti – do Uruguai – emitiu no último dia 21 um comunicado em que reitera o pedido para que as tropas militares que ocupam o país em nome da Organização das Nações Unidas sejam retiradas do país.

"Convidamos todas as organizações sociais deste continente a se pronunciar pela retirada imediata de todas as tropas do Haiti, pelo respeito do princípio de autodeterminação do povo haitiano, ao tempo que se ofereça a verdadeira ajuda que [este] povo requer”, afirma a Coordenadora.

A chamada Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), que ocupa o país por mais de sete anos, não tem cumprido com as promessas de trazer a paz àquele país, ao contrário, a ocupação do território haitiano pelas tropas só tem trazido mortes e violência.

Os constantes protestos têm gerado muitos conflitos entre as tropas militares e população. Segundo informações da mídia local, pelos menos uma pessoa ficou ferida em protesto realizado semana passada na capital, Porto Príncipe. O motivo do protesto teria sido a denúncia de estupro sofrida por um jovem haitiano por parte das tropas uruguaias.

Segundo informou o serviço Criolo da Voz da América, na próxima semana, ainda sem data marcada, haverá uma nova manifestação em frente à sede das Nações unidas em Nova Yorque, durante a Assembléia Geral do Corpo Multinacional.

Em comunicado, a Coordenadora pela Retirada das Tropas do Haiti considera que a invasão das tropas, sem o consentimento da população, é uma forma de violação dos direitos do ser humano. "É um verdadeiro atropelo aos direitos humanos essenciais da população de um país irmão, ao que devemos exemplo e o primeiro impulso de liberdade em nosso continente”.

Eles indicam que invés da guerra, "seria necessário uma verdadeira ação solidária e humanitária com o povo haitiano sem agressão armada nem ocupação militar, como ficou claro que pode se fazer nos exemplos prestados por Cuba e Venezuela”.

Desta forma o documento afirma que "a ocupação do Haiti também é usada como um mecanismo para a manutenção e formação dos exércitos para invadir a nossa própria terra a serviço da ordem imperial”.

Não só a Coordenadora, mas também haitianos e haitianas, por meio da miséria e do desemprego, apelam por soluções de emergência aos graves problemas que o país enfrenta, dentre os mais graves está à confirmação de mais de um milhão de desabrigados, após o desastre do terremoto, de janeiro de 2010, que destruiu quase todo país.

Em reunião com o presidente do Haiti, Michel Martelly, o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou que irá reduzir o número de tropas da região. A ação será aguardada.

As tropas contam com militares de 18 países e desde o terremoto esse número aumento de 9 mil para 12.250.

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