O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, garantiu neste domingo que a companhia petrolífera estatal PDVSA está "voltando à vida" depois de uma longa paralisação, que causou um desabastecimento de combustíveis e alimentos sem precedentes no país, nos últimos 21 dias. Mas a oposição, que convocou a greve geral na tentativa de levar o presidente à renúncia ou a antecipar eleições, disse que a empresa - o coração econômico do quinto maior exportador mundial de petróleo - continua parada. Os líderes do movimento prometeram, a três dias do Natal, manter os protestos, dizendo que sua posição será benéfica para o futuro do país. Carlos Ortega, o líder da maior central sindical venezuelana, disse que Chávez estaria "nervoso e encurralado" e, por essa razão, apelaria apelaria para medidas desesperadas a fim de acabar com o movimento da oposição. "As constantes violações dos direitos humanos dos venezuelanos, as detenções, o seqüestro de bens e de pessoas, as abordagens de navios, a repressão a dirigentes sindicais e outras barbaridades... confirmam a tese do susto, do nervosismo e do encurralamento", declarou Ortega, em entrevista coletiva. A oposição, agrupada na Coordenação Democrática, busca, através da greve e de uma campanha de protestos nas ruas, pressionar Chávez. No sábado, o Governo iniciou a intervenção em alguns navios petroleiros, fundeados em Maracaibo, 500 quilômetros a oeste de Caracas, depois que seus tripulantes aderiram ao movimento da oposição, praticamente paralisando a exportação de petróleo. Anteriormente, a tripulação do Pilin Leon, um petroleiro com 44 milhões de litros de gasolina, foi desalojada e detida, juntamente com seu capitão, por suposto desacato. Na quinta-feira passada, o Supremo Tribunal de Justiça havia ordenado o fim da greve dos petroleiros e sua volta ao trabalho. Ortega disse que tinha informações de que a tripulação do Pilin Leon foi substituída por marinheiros cubanos para levar o navio a porto e descarregar o combustível, em meio à escassez que já atinge níveis críticos no país. "Alertamos o povo da Venezuela, de uma vez por todas, o que denunciamos responsavelmente... da intervenção direta do Governo cubano nos assuntos internos da Venezuela, e que nós não vamos permitir", disse Ortega. No entanto, uma fonte da embaixada cubana em Caracas, citada pela agência de notícias Associated Press, rejeitou a acusação do dirigente sindical. "Mentiram ao afirmar que uma tripulação cubana estaria operando o navio Pilin Leon", disse a fonte, que pediu anonimato. "Acrescentaram, também, que há penetração cubana nas unidades militares venezuelanas, nos anéis de segurança do presidente, nós órgãos de informação da Venezuela. Nós desmentimos isso categoricamente".
Rio de Janeiro, Sexta, 29 de Março de 2024
Oposição diz que Chávez está "encurralado"
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Publicado Domingo, 22 de Dezembro de 2002 às 21:23, por: CdB
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