Opep discute oferta de petróleo em reunião extraordinária no dia 24

A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) convocou para 24 de abril uma reunião extraordinária de seu Conselho de Ministros em Viena, confirmou à EFE hoje, terça-feira, nesta cidade seu porta-voz Abdulrahman Al Kheraigi. A convocação oficial da CXXV conferência ministerial da Opep acontece depois de o presidente de plantão da organização e ministro do Catar de Energia, Abdullah bin Hamad Al Attiyah, propor a reunião ante a pronunciada redução dos preços do petróleo em todos os mercados. Em entrevista coletiva na capital francesa, Al Attiyah se mostrou ontem "muito preocupado" porque "o mercado enfrenta uma saturação, não uma escassez" de petróleo, e não excluiu que se decida uma redução da oferta para evitar uma queda dos preços depois do fim da guerra no Iraque, que os operadores esperam em um curto prazo. O presidente da Opep lembrou que continua vigente o mecanismo que prevê um corte da produção quando o preço do barril (de 159 litros) de referência da organização cair abaixo dos 22 dólares, nível do qual já se aproxima, segundo Al Attiyah. Embora não tenha especificado quantos barris sobrariam no mercado, insistiu que atualmente "há mais petróleo do que pode absorver (o mercado)", enquanto a demanda cai devido ao fim do inverno no hemisfério norte. Frente à reduzida demanda, a oferta de todos os produtores aumentou desde janeiro, quando os sócios da Venezuela na Opep decidiram compensar os barris que o país latino-americano deixou de exportar, que enquanto isso recuperou o nível de produção que tinha antes de ser decretada uma greve geral em 2 de dezembro. Essa abundante oferta impediu que a interrupção das exportações iraquianas depois do começo da guerra fizesse disparar os preços acima dos 40 dólares/barril, como prognosticavam os especialistas. Inclusive com o encarecimento causado pela recente diminuição do bombeio nigeriano em 800.000 barris diários, os preços não chegaram aos altos níveis registrados no final de fevereiro passado, quando a cotação do petróleo em Nova York alcançou os 39,99 dólares por barril. "Os países da Opep produziram perto de 27,8 milhões de barris diários (mb/d) em março", nível que supera em 750.000 b/d a sua bomba de fevereiro e em 3,1 mb/d a de dezembro passado, lembra hoje a empresa de análise do mercado energético PVM em seu relatório diário. Os especialistas de PVM estimam que a organização não terá outro remédio senão diminuir sua oferta, embora permaneça a incógnita de qual será a futura política petroleira do Iraque, membro fundador da Opep, no seio da organização. O país árabe deixou de participar da divisão de quotas de produção de seus sócios em 1991, depois do embargo internacional imposto a Bagdá por invadir o Kuwait, e desde 1996 vendia seu petróleo dentro de certos limites estabelecidos e controlados pela ONU de acordo com o programa "Petróleo por Alimentos".