ONU se reune para discutir crise nuclear na Coréia do Norte

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) vai realizar nesta quarta-feira o primeiro encontro para discutir a retomada do programa nuclear pela Coréia do Norte. A agência para energia atômica da ONU pediu para o Conselho de Segurança tratar do assunto em fevereiro, depois que ficou determinado o que a agência chamou de "não-cumprimento crônico" pela Coréia do Norte de acordos internacionais contra a proliferação de energia nuclear. O Conselho de Segurança pode decidir intensificar as iniciativas diplomáticas com os norte-coreanos ou até aumentar as sanções econômicas ao país. Diplomatas disseram, no entanto, que o encontro desta quarta é apenas uma consulta inicial e que provavelmente não deve resultar em nada de concreto. Analistas afirmam que o simples ato de discutir o assunto no Conselho de Segurança pode aumentar as tensões na Coréia do Norte, cujo governo já disse que o encontro é um "prelúdio para guerra". No domingo, a rádio estatal da Coréia do Norte declarou que envolver a ONU é um "ato excessivo que destrói todas as tentativas de diálogo e uma grave provocação que, por si só, não é diferente de um prelúdio para a guerra". O encontro do Conselho da ONU também deve enfrentar polêmica interna. Rússia e China já questionaram a eficiência do encontro. "Nós achamos que a intervenção da ONU não pode resolver a questão nuclear na Coréia do Norte", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lui Jianchao. De acordo com diplomatas ouvidos pela agência de notícias Associated Press, o veto chinês impediu que os membros do Conselho de Segurança chegassem a um acordo para condenar a Coréia do Norte antes do encontro desta quarta. A Coréia do Norte quer encontros bilaterais com os Estados Unidos antes de discutir o assunto com outros países. Os americanos insistem que as discussões sejam multilaterais, com outros países participando. A crise atual começou quando a Coréia do Norte quando surgiram acusações de que o país mantinha um programa nuclear ilegal, que viola os acordos que o país assinou em 1994. Desde então, o país deixou o Tratato de Não-Proliferação nuclear e expulsou inspetores da ONU.