ONU reforça pressão diplomática sobre o Iraque

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Publicado Sexta, 13 de Setembro de 2002 às 21:39, por: CdB

O ministro britânico do Exterior, Jack Straw, declarou nesta sexta-feira que os cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU concordaram em estabelecer um prazo para que o Iraque autorize a volta de inspetores de armas ao país. De acordo com Straw, os representantes dos cinco países foram unânimes ao afirmar que os inspetores da ONU devem retornar ao Iraque com urgência. O ministro britânico afirmou que a data limite ainda não foi definida, mas logo será anunciada pela ONU. Durante a sexta-feira, Straw esteve reunido, em Nova York, com os ministros do Exterior de Rússia, China, França e Estados Unidos e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Ação militar Além de Straw, o ministro do Exterior da Rússia, Igor Ivanov, reforçou a necessidade de que o Iraque cumpra as resoluções da ONU. Em um tom mais moderado, Ivanov declarou que as consultas internas da ONU sobre o Iraque ainda vão continuar, mas admitiu a gravidade do problema. De acordo com o ministro russo, há um consenso no Conselho de Segurança de que as violações cometidas pelo Iraque constituem "um problema sério". Apesar da ofensiva diplomática, os representantes da ONU se recusaram a comentar a possibilidade de uma ação militar conjunta, caso o Iraque se recuse a autorizar a volta de inspetores de armas. Ofensiva americana Nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, expressou suas dúvidas sobre a disposição do líder iraquiano, Saddam Hussein, de obedecer as exigências da ONU e evitar um ataque ao país. "A razão para minha dúvida é que ele teve 11 anos para obedecer as exigências. E, por 11 longos anos, ele basicamente disse para a ONU e o mundo que não se importava", afirmou Bush, em discurso para líderes africanos em Nova York. Bush reiterou o pedido para que a ONU estabeleça um prazo para o cumprimento de suas exigências. "Estamos falando em dias e semanas, não meses e anos", disse. Reação no Iraque Como era esperado, o discurso de Bush foi mal recebido pelo governo do Iraque. O vice-primeiro-ministro iraquiano, Tariq Aziz, descartou o discurso como "cheio de mentiras e falsidades". "Vou ler o discurso de Bush parágrafo por parágrafo e refutar as mentiras e falsidades em outra ocasião", disse Aziz. A mídia oficial praticamente ignorou as palavras do presidente americano, mas citou o tom conciliatório do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que é contra uma ação isolada dos Estados Unidos. O editorial do jornal El Thawra, do partido dominante Ba'ath, chamou Bush de "terrorista que está ameaçando o mundo".

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