ONU quer mais transparência no programa nuclear do Irã

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Publicado Sábado, 05 de Julho de 2003 às 10:54, por: CdB

O chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou neste sábado que o Irã deve concordar com inspeções mais rígidas, imprimindo mais transparência ao programa de energia nuclear do país. Em contrapartida, disse Mohammed ElBaradei, as restrições ao acesso à tecnologia atômica podem ser gradualmente retiradas. - Acho importante que eles dêem o primeiro passo. Uma 'ofensiva pacífica' mostrando que fizeram tudo de forma transparente - ElBaradei disse à Reuters. Ele viaja ao Irã na quarta-feira. Os Estados Unidos acusam a república islâmica de desenvolver um programa clandestino de armas atômicas, mas o Irã diz que sua única ambição nuclear é a geração de eletricidade. ElBaradei afirmou que suas prioridades são conseguir que Teerã informe todos os aspectos de seu programa nuclear e permita inspeções mais rígidas, marcadas com pouca antecedência. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sediada em Viena, criticou o Irã no mês passado pelo não cumprimento do tratado que impede o uso de fontes nucleares civis para a criação de armas atômicas. Apesar de o Irã ser signatário do Tratado de Não-Proliferação nuclear, o país resiste a assinar o Protocolo Adicional, que permite as inspeções exigidas por ONU, Estados Unidos, Rússia e União Européia. - Tenho certeza que, uma vez assinado (o Protocolo Adicional), as sanções aplicadas contra transferência de tecnologia nuclear serão gradualmente retiradas. Mas é necessário tempo para criar confiança - disse El Baradei. O Irã diz que o processo deve ocorrer de forma inversa, começando com a retirada das barreiras à tecnologia. Alguns países, como os EUA, decretaram embargo unilateral ao suprimento de tecnologia nuclear para o Irã. Há também um grupo informal de cerca de 40 países que aderiram ao embargo. Mesmo que o Irã dê o primeiro passo, diplomatas sediados em Viena temem que, após assinar o protocolo, ganhando crédito político, o país retire-se do processo de ratificação, usando como argumento o fato de que os EUA também não ratificaram o acordo. ElBaradei disse ainda que a AIEA está investigando supostos locais de enriquecimento de urânio.

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