ONU pede esforços para paz semanas antes da visita de Lula a Israel e Palestina

A duas semanas e meia da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel e à Palestina, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, apelou ao governo israelense que intensifique os esforços em busca de um acordo de paz na região de Gaza. Durante encontro com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, Ban Ki-moon expressou sua preocupação com o agravamento das tensões na área.

– O secretário-geral lamentou certos desenvolvimentos recentes no terreno incluindo novas ordens de demolição em Jerusalém Oriental e da inclusão de lugares santos na Cisjordânia ocupada em uma lista do patrimônio [de preservação histórica] israelense – afirmou o porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky.

Recentemente o governo de Israel anunciou a inclusão dos túmulos de Abraão, o patriarca dos judeus, na cidade de Hebron, e da matriarca Raquel, em Belém, à lista de locais do patrimônio nacional. As duas cidades – Hebron e Belém – ficam na região ocupada pelos palestinos. A definição dos israelenses preocupou a ONU.

Para o coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry, a iniciativa pode prejudicar as articulações em busca de um acordo de paz na região de Gaza. Durante a reunião com Barak, o secretário da ONU cobrou de Israel a necessidade de autorizar a entrada de materiais de reconstrução em Gaza.

– Ele [Ban Ki-moon] também pediu um fim aos sobrevoos israelitas e expressou sua preocupação constante com a falta de progressos sobre o desarmamento dos grupos armados no Líbano – afirmou o porta-voz.

O presidente Lula viaja no próximo dia 15 para Israel. Ele pretende manter encontros políticos, mas também visitar locais sagrados em Jerusalém. Também irá à Palestina onde se reunirá com integrantes da Autoridade Nacional Palestina (ANP), nos dias 16 e 17.

A cidade de Belém, onde funciona a sede administrativa e política da ANP, está localizada na área que está sob proteção dos palestinos, é considerada sagrada pelos cristão porque lá está o local onde a Virgem Maria deu à luz a Jesus Cristo – o espaço onde teria ficado a manjedoura de Cristo foi cercado por uma igreja católica – em comum acordo dos líderes da Igreja Romana, Ortodoxa e Armênia. A visita ao Oriente Médio será encerrada na Jordânia.