Publicado Terça, 20 de Outubro de 2015 às 09:19, por: CdB
Por Redação, com ABr - de Jerusalém:
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, exigiu nesta terça-feira a israelenses e palestinos que ponham fim à onda de violência na região, em comunicado divulgado antes de seguir para uma visita-surpresa a Israel e à Palestina.
– Já chega. Deixemos de hipotecar o futuro de ambos os povos e da região – disse o secretário-geral em mensagem de vídeo gravada em Bratislava, onde participou de ato em comemoração ao 70º aniversário da ONU.
Ban Ki-moon, que ainda hoje deverá se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e amanhã com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em Ramallah, dirigiu-se em primeiro lugar aos palestinos para manifestar "consternação" por ter visto "jovens, meninos, levantando uma arma para matar".
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, exigiu nesta terça-feira a israelenses e palestinos que ponham fim à onda de violência
– Entendo a frustração de vocês, sei que as esperanças de paz foram interrompidas em inúmeras ocasiões, estão cansados pela continuação da ocupação e a expansão das colônias. Muitos de vocês estão decepcionados com os seus líderes e conosco, a comunidade internacional, por não termos conseguido pôr fim à ocupação – afirmou o líder da ONU.
– Mas, deixem-me ser claro: a violência só vai minar as legítimas aspirações palestinas para alcançar um Estado.
Aos israelenses, ele manifestou compreensão pela situação, pelo “medo das crianças irem à escola e por qualquer um na rua ser uma potencial vítima”.
Assim, acrescentou, “a segurança é obviamente uma prioridade imediata”, mas lembrou que as medidas tomadas recentemente pelo governo de Israel não são a solução.
– Muros, reforços policiais, duras respostas por parte das forças de segurança e a demolição de casas não podem sustentar a paz e a segurança.
A visita do secretário-geral da ONU coincide com uma ofensiva diplomática da comunidade internacional para conter a onda de violência que começou no início deste mês e que já deixou 43 mortos do lado palestino e oito entre os israelenses
A visita-surpresa de Ban Ki-moon coincide também com os esforços do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que se reunirá na Alemanha com Netanyahu e, na próxima sexta-feira com Abbas, em Amã.
Prisão de criança
A ministra da Justiça de Israel, Ayelet Shaked, está preparando uma lei para permitir a prisão de crianças de 12 anos envolvidas em "atos de terrorismo". A informação está na edição eletrônica do Jerusalem Post, citado pela agência EFE.
A proposta de Shaked é feita depois que um menor palestino de 12 anos, Ahmed Manasra, participou, na semana passada, com o primo Hasan, de 15 anos, de um ataque a dois jovens israelitas, um de 13 e outro de 24 anos.
Hasan foi morto pelas forças de segurança de Israel. Ahmed ficou apenas ferido e foi detido.
De acordo com a atual legislação, Ahmed não cumprirá pena de prisão por ter apenas 12 anos. Só a partir dos 14 anos é que a lei israelita permite a prisão de menores, o que abriu o debate público sobre a situação desse jovem.
O governo israelense quer acelerar a aprovação da lei para que Manasra, que se encontra internado, em hospital e ir diretamente para a prisão.
Na nova onda de violência que atinge a região e que começou em 1º de outubro, já morreram oito israelenses e 42 palestinos, além de um árabe-israelita, autor de um atentado em Bersheva, no Sul de Israel, e de um cidadão da Eritreia que foi morto por agentes que o confundiram com uma pessoa que pratica ataques.
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