ONG acusa Mianmar de crimes contra a humanidade por perseguição a rohingyas

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Publicado Terça, 26 de Setembro de 2017 às 11:05, por: CdB

Um porta-voz do governo de Mianmar rejeitou a acusação, dizendo que não existem provas e acrescentando que o governo está comprometido em proteger os direitos humanos

Por Redação, com Reuters - de Yangon:

Mianmar está cometendo crimes contra a humanidade em sua campanha contra insurgentes muçulmanos no Estado de Rakhine, disse o grupo de direitos humanos Human Rights Watch nesta terça-feira, pedindo que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) imponha sanções e um embargo de armas ao país.

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Refugiada rohingya aguarda por auxílio humanitário em Cox's Bazar, Bangladesh

Um porta-voz do governo de Mianmar rejeitou a acusação, dizendo que não existem provas e acrescentando que o governo está comprometido em proteger os direitos humanos.

Mianmar também repudiou acusações da ONU segundo as quais suas forças estão realizando uma “limpeza étnica” de muçulmanos rohingyas em reação a ataques coordenados de insurgentes rohingyas contra as forças de segurança em 25 de agosto.

O país afirma que está combatendo terroristas responsáveis por ataques à polícia; e ao Exército e que mataram civis e incendiaram vilarejos.

A campanha militar causou a fuga de quase 440 mil refugiados para Bangladesh, na maioria rohingyas. Estes acusam as forças de segurança e vigilantes budistas de tentarem expulsá-los de Mianmar, nação majoritariamente budista.

– Os militares birmaneses estão expulsando os rohingyas brutalmente do Estado de Rakhine, no norte – disse James Ross, diretor legal e de políticas do Human Rights Watch, que tem sede em Nova York.

– Os massacres de moradores de vilarejos e os incêndios criminosos em massa que expulsam as pessoas de suas casas são todos crimes contra a humanidade.

O Tribunal Penal Internacional 

O Tribunal Penal Internacional define como crimes contra a humanidade atos como assassinato; tortura, estupro e deportação “quando cometidos como parte de um ataque generalizado; ou sistemático dirigido a qualquer população civil, com conhecimento do ataque”.

A Human Rights Watch disse que sua pesquisa, apoiada por imagens de satélite; detectou crimes de deportação e transferências forçadas de população; assassinatos e tentativas de assassinato, estupro e perseguição.

O Conselho de Segurança da ONU e países envolvidos deveriam impor sanções específicas; e um embargo de armas, afirmou a entidade.

O porta-voz governamental Zaw Htay afirmou que nenhum governo de Mianmar se comprometeu mais com a promoção dos direitos humanos quanto o atual.

– Acusações sem qualquer prova contundente são perigosas – disse ele à agência inglesa de notícias Reuters. “Isso torna difícil para o governo lidar com as coisas”.

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