OMM diz que buraco na camada de ozônio aumentou nas 2 últimas semanas

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Publicado Sexta, 05 de Setembro de 2003 às 12:48, por: CdB

O buraco da camada de ozônio aumentou de tamanho "mais rápido do que o normal" nas duas últimas semanas em relação ao mesmo período de 2002, informou hoje a Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Atualmente, o buraco da camada de ozônio tem 25 milhões de quilômetros quadrados, 10% a menos que o recorde alcançado em meados de setembro de 2000.

Esse ano o buraco alcançou sua maior dimensão desde que surgiram os registros, ao alcançar a marca de 27 milhões de quilômetros quadrados, embora em 2002 tenha ficado com menos de 25 milhões de quilômetros quadrados.

A perda de espessura da camada de ozônio e o tamanho do buraco dependem de mudanças meteorológicas que "não podem ser medidas tomando apenas os dados de um ano caso se pretende estabelecer uma tendência geral", segundo especialistas desse organismo da ONU especializado em assuntos meteorológicos.
Uma especialista da OMM, Barbara Tapia, declarou que não há motivo para alarme, já que, apesar das medições por satélite indicarem que o buraco é maior que o do ano passado, "é preciso levar em conta que ainda é menor que o de três anos atrás".

A camada de ozônio fica entre 20 e 25 quilômetros de altura da superfície terrestre e atua como filtro dos raios ultravioletas tipo B, nocivos para o ser humano e que provocam câncer de pele e catarata.

Tapia explicou que nesta época do ano, inverno do hemisfério sul, as temperaturas são particularmente baixas na Antártida, chegando em média a - 78ºC, o que propicia a aparição das nuvens polares. Estas últimas, em combinação com o cloroflurocarbono (CFC) - um gás presente nos aerossóis e nos sistemas de refrigeração -, produzem moléculas de monóxido de cloreto, responsáveis pela destruição do ozônio.

Segundo Tapia, o fato de as temperaturas na Antártida terem chegado nas últimas semanas até - 93ºC "provocou a aparição de mais nuvens polares que o normal e uma reação química que acelerou o emagrecimento da camada de ozônio".

Ela acrescentou que a partir do final do ano, coincidindo com o início do verão no hemisfério sul, as nuvens se diluirão "e o buraco voltará a diminuir, como acontece todos os anos". Tapia disse que o enfraquecimento do ozônio é mais rápido na Antártida porque ali a camada é mais fina, em razão das condições meteorológicas, como os fortes ventos a alturas muito elevadas e a temperatura extremamente fria em relação a outras partes do mundo.

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