A proposta, que recebeu três votos contrários no Conselho da Oi, embute um aditamento ao plano de recuperação judicial.
Por Redação - de São Paulo
A Oi, operadora de telecomunicações em recuperação judicial, informou neste sábado que seu conselho de administração aprovou, por maioria, uma proposta de apoio ao plano de recuperação judicial. Os termos serão oferecidos a todos donos de bônus da empresa.
A proposta, que recebeu três votos contrários, embute um aditamento ao plano de recuperação judicial. E contempla termos finais até 6 de novembro. Assim, a Oi tentará obter aval dos credores. O movimento segue em linha com as exigências dos chineses, interessados na empresa.
O conselho da Oi também deliberou sobre uma carta enviada por Moelis, G5 Evercore e FTI, que assessoram um grupo de donos de bônus. O colegiado decidiu ser impossível a sua aceitação. Não é “uma proposta firme e vinculante”, disse a maioria do Conselho. Os termos propõem “desequilíbrio de tratamento entre diferentes interessados; reserva o direito de continuar litigando contra os interesses da companhia; pressupõe alteração do regime regulatório para sua implementação, trazendo atraso e incerteza para a recuperação judicial”.
Tanure concorda
Em recente reunião com a advogada-geral da União, Grace Mendonça, Nelson Tanure, dono da marca do Jornal do Brasil e um dos maiores acionistas da Oi, sinalizou que apoiará o plano de recuperação. O mesmo que será apresentado pelo grupo de trabalho coordenado pela AGU.
Durante a reunião de mais de duas horas, segundo disse fonte próxima às negociações a um site, Tanure expôs à ministra a última versão do plano apresentado no mês passado pela Oi. Grace, por sua vez, explicou os cenários que estão sendo avaliados pelo grupo de trabalho.
A previsão é que Grace entregue uma solução na semana que vem, antes da Assembleia de Credores. A reunião está marcada para o dia 10 de novembro. Com o prazo apertado, a advogada-geral corre para ouvir todos os atores envolvidos no cenário e fechar o plano de recuperação.
Chineses de olho
No início da semana, a ministra reuniu-se com o presidente da tele, Marco Schroeder. Em seguida, com o grupo de trabalho (representantes dos bancos públicos, Anatel, Casa Civil, Ministério da Fazenda e Ministério das Comunicações) e à tarde, com executivos da Pharol SGPS, antiga Portugal Telecom e maior acionista da Oi.
Pouco antes, a advogada-geral da União esteve com Jin-Yong Cai e Ray Nadarajah, representantes do fundo TPG Capital; parceiros da China Telecom.
Os empresários chineses permanecem em Brasília desde terça-feira e mostram interesse pela companhia. Eles sinalizam que estão dispostos a apostar até US$ 10 bilhões na operação da tele brasileira, mas com algumas exigências. Uma delas, seria a saída de todos os integrantes do Conselho de Administração atual, incluindo Tanure.