Caso aconteceu próximo à base americana em Panjwai, na província de Kandahar
O presidente americano, Barack Obama, telefonou para o presidente afegão, Hamid Karzai, para pedir desculpas, dar condolências e manifestar tristeza pelos assassinatos de 16 civis afegãos, mortos neste domingo por um soldado dos EUA.
Nove crianças foram mortas, junto com adultos, em suas casas quando o soldado começou a disparar durante a noite em uma vila na região de Candahar.
O suspeito, cujo nome não foi revelado, aparentemente sofreu um colapso nervoso. Ele voltou para sua base militar e se entregou.
Obama prometeu levar à Justiça qualquer um responsável pelo incidente.
Segundo a Casa Branca, Obama disse para Karzai que ?este incidente é trágico e chocante e não representa o caráter excepcional de nosso militares e o respeito que os EUA têm pelo povo do Afeganistão?.
Relações abaladas
O soldado deixou sua base militar em Panjwai por volta das 3h da manhã (19h30 de sábado no horário de Brasília), invadiu casas na região e abriu fogo contra moradores.
O presidente afegão, Hamid Karzai, condenou os assassinatos. Ele disse que o fato é imperdoável.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse que ficou “profundamente entristecido” ao saber do incidente.
A aliança militar Otan prometeu investigar o caso em cooperação com as autoridades afegãs e disse que o incidente é “profundamente lamentável”.
Testemunhas disseram que moradores dos arredores de Panjwai protestaram em frente à base americana. A embaixada americana emitiu uma nota na qual recomenda que ninguém viaje à região.
O episódio pode afetar ainda mais a imagem dos soldados americanos no Afeganistão. No mês passado, tropas do país queimaram várias cópias do Corão, o livro sagrado do Islã. As forças americanas disseram que os livros foram queimados por engano.
Uma série de protestos devido ao episódio deixou 30 mortos, entre eles seis soldados americanos.