O povo e a história já julgaram os saudosistas da ditadura

A pretexto de que esta é a semana em que se comemora o Dia do Soldado (amanhã) os três clubes militares do Brasil publicaram anúncio em O Globo ontem convidando seus "associados, parentes e amigos das vítimas" para uma missa hoje, na Igreja da Santa Cruz dos Militares, no Rio, "em memória dos 119 militares e civis que perderam a sua vida em defesa da democracia entre os anos de 1964 e 1974, por atos de grupos terroristas".

Continuam com o velho discurso errado de sempre. Não entendem que os "terroristas" defenderam a Constituição, a liberdade, a legalidade e a democracia no país. E que a "democracia" que eles dizem ter defendido nada mais era durante os 21 anos do período militar (1964-1985) que o golpe, a ditadura, o regime de exceção, a arbitrariedade, e a quebra da legalidade.

Fazer esses anúncios e celebrações, como o ato religioso de hoje é um direito que eles têm. Mas, é preciso ficar claro quem estava de cada lado - quem estava ao lado da Constituição, da legalidade e da democracia.

Pena que não percebam o sinal dos novos tempos - mesmo o Exército, que até há pouco expedia ordens do dia de enaltecimento ao golpe do 31 de março (que, de fato, foi a 1º de abril) não as expede mais. Sobre tudo isso a história já fez seu julgamento e o povo brasileiro também. Seu veredicto é o regime e sistema democráticos em que vivemos. Eles, os que representam as vozes do passado, foram derrotados.