O plebiscito

Arquivado em:
Publicado Sexta, 13 de Outubro de 2017 às 05:17, por: CdB

Hoje em dia está claro que grande parte das tempestades de ódios e dissensos que vêm corroendo a sociedade brasileira provém de notícias viralizadas através da grande mídia nativa que por sua vez as retransmite da mídia global. Tanto uma como a outra encontram-se associadas aos interesses do capital financeiro, aos objetivos estratégicos de potências mundiais

Por Eduardo Bomfim - de São Paulo:

Mister Obama pousou suavemente em São Paulo, cobrou milhares de dólares a quem desejava assistir sua palestra e partiu olimpicamente, como se fosse um vestal do bom senso, sem uma crítica ao que disse, a favor ou contra. Mas ele foi responsável por muitas das guerras sangrentas que persistem até hoje após seus mandatos presidenciais, com Hillary Clinton responsável pela política exterior dos EUA.

catalunha-4.jpg
O plebiscito sobre a Catalunha, ao contrário de Obama, não para de ser notícia

Ninguém sabe pela grande mídia o que disse o ex-presidente norte-americano; se é que ele disse algo relevante. Se afirmou alguma coisa sobre as agruras de um planeta visivelmente atormentado; de que ele é em grande parte responsável, ninguém entendeu.

E como nada disse à mídia hegemônica, não viraliza nas redes sociais. Obama teve participação decisiva nos episódios que culminaram na queda de Dilma Rousseff. Mas Obama veio e foi embora sem admoestações de qualquer espécie, como se fosse um monge zen.

Já o plebiscito sobre a Catalunha, ao contrário de Obama, não para de ser notícia. Essa mídia global pauta a questão catalã como se fosse uma polêmica entre democracia versus nação. Desse jeito.

Como se a questão não implicasse nas razões Históricas da formação e vicissitudes do povo espanhol, nas manobras financeiras e os interesses da OTAN na Catalunha fossem desconhecidos por todos. Os espanhóis seriam apenas europeus.

Mídia

Mas o que deseja a mídia hegemônica é propagar aos quatro ventos a tese do separatismo como uma nova agenda “pós-moderna” e assim abrir espaços no mundo e no Brasil na crise multilateral e profunda em que se encontra, para o pior dos sentimentos, desejos inconfessos de grupúsculos no País.

Gabriel Garcia Márquez disse que Simon Bolívar, o Libertador, em sua luta vitoriosa contra o colonialismo na América espanhola, frente à torpeza de alguns de seus liderados, acabou sem uma pátria pela qual morrer. Afora os desterrados, não existe democracia ou democratas sem uma pátria para exercê-la, assim, no abstrato.

Eduardo Bomfim, é advogado.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo