O mundo mudou, mas as empresas não aprendem lições fundamentais

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Publicado Quarta, 09 de Janeiro de 2013 às 16:50, por: CdB

O tempo passa e a gente acredita que, de modo geral, o mercado de TI (Tecnologia da informação), em particular o de software brasileiro, tenha aprendido algumas lições valiosas a partir das mancadas dos grandes nomes mundiais do setor.

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O tempo passa, o tempo voa (como dizia um velho comercial de caderneta de poupança popular nos anos 70 e 80), mas algumas empresas não aprendem ou não fazem questão de aprender
Mera ilusão, é preciso se dizer aos desavisados que acreditam que comprar software nacional pode ser um processo mais fácil e descomplicado do que comprar pacotes das software-houses conhecidas como Microsoft, Adobe e outras conhecidas por seus preços salgados e falta de flexibilidade com o usuário final (que normalmente é tratado pior do que o usuário corporativo, este um felizardo que recebe facilidades e ofertas desconhecidas de nós, meros mortais). Este é o caso dos desenvolvedores de software para automação de consultórios, que tratam o usuário com inflexibilidade, arrogância e ainda acham que este deve ter dinheiro para jogar pela janela em um tempo de economia global de vacas esqueléticas. um destes desenvolvedores, a CentralX, que é a criadora de um software de automação e gestão de consultórios conhecidos como HiDoctor (que, aliás, possui diversos recursos e virtudes técnicas) se destaca nos quesitos arrogância, inflexibilidade com o potencial cliente e preços não muito razoáveis. A história, no caso, conta com o seguinte enredo: eu entrei em contato, recentemente, com esta empresa para verificar a possibilidade de aquisição do programa para automação do consultório de minha mulher que é ginecologista-obstetra que, por sua vez, divide comigo o consultório (porque, além de formado em Comunicação e exercer o jornalismo há mais de 25 anos, passei a exercer as atividades de psicanalista e sexólogo). Resumo do primeiro ato desta história: tentei entrar em contato com a referida empresa baseada em Minas Gerais e depois de algumas tentativas finalmente consegui falar com uma atendente com quem comecei a tratar da possibilidade de compra do programa. Após explicar quais eram as minhas necessidade, de que precisava de um pacote que oferecesse duas licenças (já que somos dois profissionais dividindo o espaço, uma secretária comum aos dois e várias necessidades comuns que poderiam ser atendidas com um único pacote com duas licenças, a exemplo do que é feito por muitas empresas de software no mundo inteiro). A resposta da atendente, de nome Vera, em tom arrogante que o preço era por profissional e que se eu quisesse teria que comprar dois pacotes, sendo um para cada um de nós, duplicando os gastos e criando uma duplicação de recursos informatizados desnecessária. Ou seja, teria que gastar cerca de R$ 800,00, quando a empresa poderia criar um pacote para consultórios com duas ou três licenças, a preços mais razoáveis e dentro de uma política de preços escalonáveis, de acordo com as necessidades de cada usuário. Depois de tentar argumentar com a atendente, de que isso era um verdadeiro absurdo, que representava um gasto altamente desnecessário e abusivo, quando isso poderia ser resolvido com um pouco de flexibilidade e negociação, ouvi a seguinte resposta: "Senhor, a CentralX é assim... o preço é esse e é por profissional. A CentralX não negocia e se quiser comprar, tem que comprar é desse jeito mesmo!" Ora, isso demonstra, no mínimo, uma enorme arrogância, desprezo pelo potencial cliente e usuário e levanta questões de como uma empresa que se comporta desse jeito no seu atendimento pretende sobreviver dentro do ambiente de negócios altamente competitivo que é o mercado brasileiro de software. Até porque tenho sinceras dúvidas de que tratem desse jeito clientes potenciais de maior porte. Ou seja, provavelmente, a arrogância fica endereçada ao cliente pessoa física, porque este (ao que tudo da postura da empresa, pela atitude de suas atendentes) não pode reagir e não faz muita diferença... Ou seja, o tempo passa, o tempo voa (como dizia um velho comercial de caderneta de poupança popular nos anos 70 e 80), mas algumas empresas não aprendem ou não fazem questão de aprender que,nestes novos tempos de economia global e digital, precisa-se tratar o cliente potencial seja ele qual for. Até porque, até onde sei, não se trata mal alguém disposto a trazer dinheiro novo para seu negócio.

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Edição digital

 

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