Número de mortos sobe para 15 no atentado à bomba no Quênia

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Publicado Quinta, 28 de Novembro de 2002 às 15:46, por: CdB

Pelo menos 15 pessoas morreram e cerca de 80 ficaram feridas em um ataque suicida com um carro-bomba a um hotel, cujo dono é israelense, em Mombasa, no Quênia, nesta quinta-feira. Minutos depois, dois mísseis foram disparados contra um avião que levava 261 passageiros de Mombasa para Israel, mas erraram o alvo. A polícia do Quênia afirmou que três autores do ataque ao hotel morreram, além de nove quenianos e três israelenses, sendo dois deles crianças. A maioria dos feridos é queniana. Os policiais prenderam dois suspeitos que rondavam o hotel na hora da explosão. Al-Qaeda No Líbano, um grupo militante chamado Exército da Palestina teria assumido a responsabilidade pelos atentados. O grupo enviou um fax à agência afirmando que vai "fazer o mundo ouvir novamente a voz dos refugiados palestinos e revelar o terrorismo sionista na Faixa de Gaza e na Cisjordânia". Mas a polícia do Quênia e de Israel especularam que a rede Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, poderia estar por trás dos ataques. "Devemos combater qualquer um que tente - e infelizmente, às vezes, consiga - nos machucar", disse o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon. Ele disse que o objetivo dos "terroristas" era matar jovens e idosos, mulheres e crianças, só porque eles eram judeus". - Não deixem o terrorismo intimidar vocês - afirmou. O governo dos Estados Unidos condenou os ataques, mas disse que é muito cedo para culpar a Al-Qaeda. "Os Estados Unidos desprezam essa violência", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Gordon Johndroe. "Continuamos prontos para oferecer aos governo do Quênia e de Israel qualquer ajuda necessária nessa investigação." Se confirmado que a Al-Qaeda estiver por trás dos ataques, será seu primeiro ataque direto a israelenses, apesar da hostilidade de Bin Laden em relação a Israel. Atentado ao avião de passageiros O avião alvejado nesta quinta-feira pertence à companhia Arkia e ficou levemente danificado, mas nenhum passageiro ficou ferido. Segundo representantes da companhia, os pilotos viram dois raios de luz do lado esquerdo do avião e inicialmente pensaram em fazer um pouso de emergência em Nairóbi, a capital do Quênia, antes de decidirem prosseguir para Israel. O avião aterrisou em Tel Aviv na manhã desta quinta-feira e passageiros disseram ter visto fumaça saindo do lado direito da aeronave. Todos os vôos da companhia aérea israelense El Al, que partiam de aeroportos estrangeiros, foram cancelados. Mombasa, na costa do Quênia, é um destino popular entre estrangeiros e o hotel era freqüentado principalmente por israelenses. Em 1998, simultâneos ataques a bomba nas embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia mataram mais de 200 pessoas, e os Estados Unidos culparam a Al-Qaeda pelos atentados. Segundo o jornalista Grank Gardner, correspondente da BBC para assuntos de segurança, ataques sincronizados são uma marca registrada da Al-Qaeda. A tática também foi usada nos ataques de 11 de setembro do ano passado, com aviões atingindo o World Trade Center e o Pentágono, nos Estados Unidos.

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