Novos fatos dão luz à investigação sobre assassinato de juiz no ES

Arquivado em:
Publicado Domingo, 04 de Maio de 2003 às 14:13, por: CdB

A complementação das investigações em torno dos executores da morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho nesta segunda-feira deverão ter em pauta dois fatos divulgados pela imprensa e ainda não muito bem esclarecidos. Um deles é sobre a possível prisão de um quinto elemento, que teria vendido a Odessir Martins da Silva Júnior, de 19 anos, conhecido como Lumbrigão, por R$ 1 mil, a pistola automática Ponto-40 usada por ele para atirar no braço e na cabeça do juiz. A arma teria sido roubada de um policial militar e estaria com a numeração raspada. A apuração do roubo está sob investigação da Polícia Civil. Coincidentemente, é o mesmo tipo de arma que o juiz Alexandre Martins portava e que tentou sacar ao reagir ao atentado. Esta arma teria sido recolhida por Lumbrigão após os disparos contra o juiz. O nome desse quinto elemento detido não foi revelado nas investigações, que estão sob segredo de justiça por determinação do juiz da 4ª Vara Criminal de Vila Velha, Wladson do Couto Bittencourt. Este quinto elemento integra a lista das quase 50 pessoas presas após o crime e que continuam sendo investigadas pela polícia. A existência ou não de duas armas semelhantes (uma Ponto-40 vendida a Lumbrigão e outra em poder do juiz) será esclarecida durante a reconstituição do crime, anunciada pelo delegado Gilson Rocha, que preside o inquérito, e cuja data será acertada nesta segunda-feira. Também pode ser esclarecido o comportamento de Lumbrigão e seu comparsa Gilliarde Ferreira de Souza (20), o Gi, após os tiros. Gi estava de carona na moto, portava uma outra automática 7.65 e foi quem fez os primeiros disparos na direção de Alexandre Martins. Há controvérsias entre as declarações de ambos e de uma testemunha visual do crime, que também tem seu nome mantido sob sigilo. Tanto Lumbrigão como Gi estão presos, bem como Leandro Celestino dos Santos (23), o Pardal, que era dono da arma adquirida para o crime, e André Luiz Tavares (22), o Yoxito, que cedeu a moto. O surgimento de um quinto nome nos últimos dias passou meio desapercebido nas investigações. Mas pode contribuir para tumultuar o caso, que já vem se desdobrando a partir da existência de depoimentos contraditórios de Lumbrigão e pelo fato dele ter denunciado que foi torturado na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para revelar que a morte do juiz havia sido encomendada. Nos meios policiais não está descartada a possibilidade de uma importante figura do meio político e sócio-empresarial da cidade estar entre os integrantes do cartel criado para liquidar o juiz Alexandre Martins de Castro Filho.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo