Nova parceria climática pode proteger florestas

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Publicado Quarta, 10 de Março de 2010 às 08:36, por: CdB

Vários governos devem buscar em 2010 uma nova parceria climática para proteger florestas tropicais com verbas geridas pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial ou canais bilaterais, disse nesta terça-feira o ministro norueguês de Meio Ambiente, Erik Solheim.

– A ideia é estabelecer uma parceria com todos que quiserem ser incluídos. Estará aberto a todos, mesmo se você não contribuir com um único dólar, mesmo que você não tenha uma única árvore –, disse ele, acrescentando que esse esquema ajudaria a reforçar as negociações da ONU sobre um acordo contra o desmatamento.

Nesta quinta-feira, acontece na França uma reunião ministerial para discutir a questão das florestas, e um encontro de prosseguimento terá lugar em maio na Noruega, para manter as discussões sobre o combate à mudança climática depois da conferência da ONU em dezembro em Copenhague.

Da Amazônia à bacia do Congo, estima-se que o desmatamento represente cerca de 20% das emissões humanas de gases do efeito estufa. As plantas absorvem dióxido de carbono ao crescerem, e o liberam quando são queimadas ou apodrecem.

A Noruega, que graças à exportação de petróleo é um dos países mais ricos do mundo, anunciou em 2007 que iria ceder US$ 500 milhões por ano para proteger florestas em países em desenvolvimento.

Solheim afirmou que entre os planos a serem discutidos pelos doadores estará a promessa feita em Copenhague por Estados Unidos, Austrália, França, Japão, Grã-Bretanha e Noruega para oferecer US$ 3,5 bilhões entre 2010 e 2012 para salvar as florestas. A verba norueguesa se refere a promessas já existentes.

Questionado sobre como os US$ 3,5 bilhões seriam gastos, Solheim afirmou:

– O dinheiro está sob o controle nacional de cada governo, mas queremos estabelecer mecanismos na ONU e no Banco Mundial sobre como usar o dinheiro.  Acho que será uma mistura de acordos bilaterais do tipo que temos (...), e também esquemas globais dentro da ONU e do Banco Mundial.

Os planos bilaterais da Noruega para a proteção florestal incluem a concessão de US$ 1 bilhão  para o Brasil no período 2008-15, até US$ 280 milhões para a Guiana de 2010-15, e US$ 83 milhões para a Tanzânia. Cada um desses esquemas inclui contrapartidas relativas ao desempenho do país receptor.

Para o ministro, a mobilização das verbas será uma forma de gerar confiança entre os países ricos e pobres, depois que a conferência de Copenhague terminou sem um tratado de cumprimento obrigatório.

A discussão sobre tal tratado continuará até o fim do ano, quando ocorre uma nova conferência climática da ONU, desta vez no México.

Segundo Solheim, há um amplo consenso sobre a necessidade de proteger as florestas, e seria possível replicar o modelo em outras áreas, como tecnologia, adaptação climática e sistemas de monitoramento e verificação de reduções de emissões de gases do efeito estufa.

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