Normalidade começa a voltar a Caracas e golpistas são presos

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Publicado Segunda, 15 de Abril de 2002 às 12:10, por: CdB

As ruas de Caracas, capital da Venezuela, parecem estar voltando à normalidade nesta segunda-feira. As lojas voltaram a abrir, e não há mais informações sobre saques que, até domingo, ainda ocorriam na cidade.Segundo a polícia de Caracas, 34 pessoas morreram e 332 ficaram feridas durante as manifestações de sábado e domingo, quando milhares de pessoas tomaram as ruas para exigir a volta do presidente Hugo Chávez. Entretanto, há muitas informações desencontradas. O governo federal ainda não tem uma estimativa do número de mortos e feridos. Muitas das mortes ocorreram em choques entre comerciantes e saqueadores. Os jornais também voltaram a circular normalmente em Caracas. O principal diário do país, El Nacional, de linha editorial crítica a Chávez, anunciou na primeira página que não saiu no domingo por ter fechado no sábado devido à violência, prevenindo represálias. Comício Se a situação social está mais calma, ainda há clima de incerteza política. A expectativa agora no país é sobre que medidas o presidente vai tomar no reinício de seu governo para superar as divisões políticas no país, que ficaram claras nos últimos dias. O líder do governo transitório, que assumiu o poder por dois dias, Pedro Carmona, está preso e, segundo o Ministério da Defesa, será julgado por atentar contra a ordem constitucional. Militares que apoiaram Carmona também estão presos. No seu discurso de retomada de posse, Chávez pregou o diálogo nacional e anunciou para esta semana a reunião do que ele chamou de "Conselho Federal de Governo". A Câmara reuniria todos os setores da sociedade venezuelana. No entanto, na tarde de domingo, no primeiro comício depois de sua volta, Chávez voltou a adotar o tom agressivo de seus discursos que antecederam a crise, na semana passada. Por várias vezes, Chávez chamou seus opositores de "tiranos" e "oligarcas". Ele discursou para cerca de 3 mil pessoas no quartel militar de pára-quedistas em Maracay, a cem quilômetros de Caracas. O regimento foi o primeiro a - no fim da semana passada - se rebelar contra o governo transitório. Chávez abriu o quartel à população e colocou os soldados em lugar destacado da platéia. Em 40 minutos de discurso, ele disse várias vezes que voltou ao poder graças à união dos soldados e da população. "Eu sabia que isso ia acontecer, não esperava que fosse tão rapidinho. Foi como um raio", afirmou. Depois do comício, houve empurra-empurra, já que muitas pessoas tentaram se aproximar para cumprimentar Chávez. Houve alguns desmaios, mas ninguém ficou ferido.

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