Nestlé estuda reação contra veto do Cade à compra da Garoto

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Publicado Quarta, 06 de Outubro de 2004 às 17:41, por: CdB

A multinacional Nestlé está analisando as medidas que poderá tomar para reformar a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que vetou a compra da fábrica de chocolates brasileira Garoto pela empresa suíça.

De acordo com nota divulgada pela Nestlé, o prazo para julgamento já havia decorrido. "Além disso, outras medidas de ordem judicial serão analisadas e apresentadas no foro competente", diz nota assinada pelo presidente da empresa, Ivan Zurita.

Para ficar com a Garoto, a Nestlé havia se comprometido a vender 10% das marcas de chocolates e 20% do mercado de coberturas líquidas a terceiros, a fim de atender ao limite de participação máxima no mercado imposto pelo Cade. Os conselheiros consideraram que, mesmo assim, não seria reestabelecida a concorrência.

Na nota, Zurita afirma que o plano de desinvestimento apresentado em 15 de abril segue os princípios constitucionais e apresenta soluções para manutenção da concorrência no mercado brasileiro de chocolates: "Se aprovada a venda desses ativos, a venda de 9 marcas representando 10% do mercado de chocolates sob todas as formas e de 20% do mercado de coberturas, o fornecimento de tecnologia permitiria um negócio autônomo e auto-sustentável, preservaria a concorrência saudável, o nível de empregos e estimularia novos aportes de capital no setor".

A Nestlé comprou a Garoto em 28 de fevereiro de 2002, por US$ 250 milhões. Em fevereiro deste ano, o Conselho reprovou a transação, justificando que a operação provoca concentração no mercado de chocolates e prejudica consumidores, funcionários da empresa e a concorrência.

O mercado de chocolates no Brasil está hoje nas mãos de três grandes empresas: Nestlé, Garoto e Lacta. Juntas, Nestlé e Garoto detêm 58,4% do mercado total de chocolates, segundo dados fornecidos pelos fabricantes à Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), referentes a 2001. A Lacta, controlada pela Kraft Foods, tem uma participação de 33,15%.

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