Nem US$25 milhões compram a cabeça de Osama bin Laden

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Publicado Domingo, 01 de Dezembro de 2002 às 16:18, por: CdB

Por que a cabeça de Osama bin Laden parece ser uma daquelas coisas que o dinheiro não pode comprar? Há quatro anos, quando se sabia que ele tinha uma base no Afeganistão, um país com uma renda per capita de US$800, os Estados Unidos ofereceram uma recompensa de US$5 milhões por informações que levassem à sua captura. Ninguém se manifestou. No ano passado a recompensa foi elevada para US$25 milhões, e ainda assim ninguém deu informações. O que aconteceu com a boa e velha avareza humana? Se, como muitos acreditam, Bin Laden estiver escondido nas montanhas na fronteira do Afeganistão e Paquistão, deve ter algum habitante local ciente da presença de um notório árabe de 1,95m de altura. "Nada é um segredo naquelas montanhas, e a traição certamente não é desconhecida nessa região", disse Milton A. Bearden, que dirigiu as operações secretas da CIA durante a guerra contra os soviéticos na década de 1980. "Eu sempre achei que alguns milhões faziam milagre. A lealdade é complexa, mas o dinheiro sempre funcionará". Os afegãos reivindicaram algumas pequenas recompensas, como um prêmio de US$5 mil pago na semana passada para um informante que levou soldados a um armazém de mísseis, granadas e minas nas montanhas a nordeste de Cabul, de acordo com o coronel Roger King do exército norte-americano, porta-voz de uma força-tarefa militar conjunta em Bagram. Mas King disse que não sabia de nenhuma tentativa para receber os US$25 milhões. Bearden duvida que os aldeões estejam isolados demais para saber como receber uma recompensa ou apreciar seu valor. "Há comerciantes de restos de armamentos que podem lhe dizer o preço internacional do metal com precisão centesimal", disse ele. "O fato de que US$25 milhões ainda não renderam nada me faz pensar que ele esteja em outro lugar - talvez algum lugar remoto e sem leis como o Iêmen ou a Somália". A recompensa por Bin Laden foi anunciada em programas de rádio no Afeganistão e em caixas de produtos, pôsteres, panfletos e anúncios de jornal em vários países. Ela faz parte do programa Recompensas pela Justiça do Serviço de Segurança Diplomática do Departamento de Justiça, que atualmente tem 22 terroristas em sua lista dos mais procurados. Ele oferece até US$25 milhões por aqueles que foram acusados de terem algum envolvimento nos ataques de 11 de setembro, e US$5 milhões em outros casos.

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