O líder palestino Yasser Arafat, e o ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, acertaram nesta quarta-feira uma série de medidas para tornar efetivo o atual acordo de cessar-fogo na região.
As medidas foram decididas no encontro realizado no Aeroporto Internacional da Faixa de Gaza. Arafat e Peres se encontraram apesar da violência que continua prevalecendo entre palestinos e as tropas israelenses.
Como sinal da iniciativa israelense para o fim da violência, o ministro Shimon Peres concordou em suspender o bloqueio imposto por Israel aos territórios palestinos e também na retirada parcial de tropas.
Arafat de comprometeu a colaborar com as forças de segurança israelenses no combate a violência.
Insuficiente
Segundo o comunicado conjunto divulgado depois da reunião, Yasser Arafat e Shimon Peres deverão voltar a se encontrar daqui a uma semana. Não houve, entretanto, qualquer pronunciamento de Arafat à Imprensa logo após o encontro com Peres.
Os dois lados voltaram a afirmar seu compromisso com os termos do acordo de cessar-fogo intermediado pelo ex-senador americano George Mitchell.
O encontro estava agendado para o domingo, mas o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, cancelou o compromisso alegando que Arafat ignorou o cessar-fogo de 48 horas exigido pelos israelenses como condição para a retomada das conversações de paz.
Pressão
Segundo informações de correspondentes da BBC em Jerusalém, o encontro foi remarcado depois de intensa pressão dos Estados Unidos, que querem estabelecer a paz na região para tentar incluir os países árabes na coalizão internacional contra o terrorismo.
Richard Boucher, porta-voz do Departamento de Estado Americano, elogiou o encontro.
“Este é um importante passo. Esperamos que contribua para acabar com a violência na região e retomar o diálogo político. O encontro contribui para solidificar a coalizão e para garantir que os Estados Unidos não estão contra os muçulmanos, estamos lutando contra o terrorismo”, disse.
O encontro entre Arafat e Peres foi cancelado depois que o Exército de Israel afirmou que palestinos dispararam dois morteiros no assentamento judaico de Kfar Darom, em Gaza, no sábado.
Os morteiros não causaram danos, mas acabaram com o período de dois dias de calma na região, exigido por Ariel Sharon como condição para a realização do encontro.
Na segunda-feira, uma mulher israelense foi morta por atiradores palestinos na Cisjordânia.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Shimon Peres – em uma entrevista à rádio pública de Israel – admitiu que é difícil esperar paz completa na região.
“Estamos no Oriente Médio. É uma região com muitos extremistas e é muito difícil chegarmos a uma situação onde não ocorram incidentes”, disse Peres.
Explosão
Segundo a Rádio Israel, os palestinos cavaram um túnel embaixo do posto do exército atingido pela explosão desta quarta-feira. Eles encheram o túnel com explosivos.
Durante a madrugada de quarta-feira, os palestinos detonaram os explosivos, destruindo um muro do posto e ferindo três soldados. Cinco palestinos ficaram feridos no tiroteio que ocorreu logo após a explosão. O lugar onde Peres e Arafat se reuniram fica a poucos minutos de carro do local onde explodiu a bomba.