Murilo Rosa se prepara para entrar em 'Um Só Coração'

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Publicado Segunda, 02 de Fevereiro de 2004 às 02:17, por: CdB

Assim que terminou de gravar 'A Casa das Sete Mulhere's, Murilo Rosa bradou aos quatro ventos que seu próximo trabalho seria uma trama contemporânea. Mas não demorou uma semana para o telefone tocar. Primeiro, foi o diretor Jayme Monjardim convidando o ator para participar do filme 'Olga', que se passa nos anos 30 e 40.

Em seguida, a autora Maria Adelaide Amaral, o chamando para a minissérie 'Um Só Coração', que começou nos anos 20 e vai até os anos 50. Mas Murilo não resistiu: disse sim para as duas produções.

- Não podia recusar. Este tipo de trabalho dá prazer e prestígio profissional. É o sonho de qualquer ator! Imagina se iria reclamar de um privilégio desses... - redime-se Murilo, que emenda a nona produção de época.

Por enquanto, os dias de Murilo têm ficado em compasso da espera. Ele aguarda o chamado para começar a gravar na pele do anarquista Frederico Schmidt, na segunda fase de 'Um Só Coração'. O personagem - vivido na infância pelo ator mirim Thadeu Torres - deve aparecer adulto no dia 20 de fevereiro.

Além da paixão pela política, Frederico se envolve com a judia Lídia, personagem de Helena Ranaldi, que aparece na trama após uma passagem de 10 anos. Até lá, Murilo aproveita para acompanhar a minissérie como assíduo espectador.

- Quando não vejo, coloco para gravar. É uma forma de me integrar à história e ao passado do meu personagem - justifica o ator de 33 anos.

Outro hábito que faz parte desse 'preparatório' é a leitura de livros e pesquisas de época. Mas, até agora, foi o próprio texto de Maria Adelaide Amaral que deu a principal 'pista' para a composição de Frederico. É que, a exemplo do pai Ernesto, vivido por Celso Frateschi, o personagem é adepto do anarquismo pacífico, pregado pelo filósofo russo Piotr Kropotkin.

- Tem uma cena em que meu personagem está com o livro 'Anarquismo', do Kropotkin, nas mãos. Achei que seria importante ler também - comenta o ator, que não largou o livro nem durante a entrevista e já fala com propriedade sobre o assunto.

- O anarquismo é uma grande utopia, mas revela uma grande verdade também. Kropotkin prega que, para mudar o mundo, é preciso mudar as pessoas primeiro... E isso está mexendo muito comigo - empolga-se Murilo - que já cortou o cabelo à moda da época.

Ideologias à parte, será mesmo uma forte paixão que vai mobilizar o coração de Frederico. O personagem de Murilo Rosa terá um romance com a judia alemã Lídia, de Helena Ranaldi. Ela chega ao Brasil fugindo do nazismo, depois de ser informada pelo próprio sogro da morte de seu marido, David. Com a vida refeita em São Paulo, Lídia apaixona-se pelo jovem anarquista.

Mas, inesperadamente, David ressurge. O judeu, encarnado pelo ator Carlos Vereza, reaparece cheio de ressentimentos para exigir seus direitos de marido.
 
- O destino destes personagens é um grande mistério na trama - antecipa Murilo.

Filho de historiadora, Murilo Rosa se debruça em livros de História toda vez que é chamado para encarnar um tipo de época. Não por acaso, o ator esbanja conhecimento na disciplina. Em 10 anos de carreira, já são nove produções do gênero - cinco novelas, três minisséries e o longa-metragem Olga.

A 'sina' começou em Xica da Silva, exibida em 1997 na extinta Manchete, onde também fez Mandacaru. Em 1999, Murilo mudou-se para a Globo, mas se perpetuou em tramas ambientadas no passado. A lista inclui 'Força de Um Desejo', 'O Cravo e a Rosa',' A Padroeira' e as minisséries 'Chiquinha Gonzaga' e 'A Casa das Sete Mulheres' - além, é claro, de 'Um Só Coração'.

Mesmo assim, o ator não acredita que tenha 'cara de época'. Prefere supor que os insistentes convites para tais produções sejam fruto de composições bem-feitas. Ou apenas coincidência.

- Também pode ser um carma... Mas quando voltar a fazer trabalhos contemporâneos sei que todo mundo vai gostar. Afinal, minha satisfação vai ficar estampada no rosto! - deixa esc

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