Mulheres prometem manifestação por reajuste salarial de militares

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Publicado Quarta, 30 de Janeiro de 2008 às 18:54, por: CdB

A presidente da União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas (Unemfa), Ivone Luzardo, informou que  está marcada para as 16 horas de quinta-feira uma manifestação "pacífica e ordeira, mas barulhenta", por melhores salários para militares do Exército, Marinha e Aeronáutica.

— É o movimento do Dia D, dia de tomar uma atitude —, disse.

A possibilidade de paralisação devido ao que classificou de "descaso" contra a categoria, está sendo discutida em fóruns na internet e também nos quartéis.

— O que mais me deixa indignada é saber que um cidadão que contribui com seus impostos e é cheio de deveres a cumprir, não tem direito a abrir a boca para defender um direito. O militar é um trabalhador, um profissional dedicado. Por isso nós, as esposas, abraçamos esta causa —, afirmou.

Com R$ 1,7 mil doados por militares, a Unemfa está organizando manifestações em Brasília e no Rio de Janeiro.

— Vamos ter uma mobilização dos familiares, de militares da reserva e, talvez, dos da ativa. Os reservistas entrarem em contato comigo, ajudaram com doações e estão apoiando silenciosamente o movimento —, informou Ivone Luzardo.

No Rio de Janeiro, a manifestação está marcada também para as 16 horas, em frente à sede do Comando Militar do Leste, de onde o grupo seguirá para o 1º Comando do Distrito Naval. Em Brasília, o grupo se reunirá na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, onde a presidente da Unemfa disse esperar a participação de pelo menos 500 pessoas.

— Dá para fazer algo. Não de grandes proporções, mas que apareça e demonstre a indignação da família militar. O movimento, neste ano, está apenas começando —, acrescentou, ao informar que já planeja outras manifestações e pretende que militares de outros estados participem do ato em Brasília.

Ivone Luzardo confirmou a possibilidade, discutida por grupos na internet, de alguns militares da ativa tirarem o dia de folga e doarem sangue. Proibidos de fazer greve, eles recorreriam à Lei nº 1.075, de 1950, que estabelece que aqueles que doarem sangue voluntariamente serão consignados com louvor e dispensados do trabalho.

Além do aumento salarial negociado com o Ministério da Defesa desde o ano passado, explicou, a categoria reivindica que o governo atue para acelerar a aprovação da Medida Provisória nº 2.215, que trata da reestruturação da remuneração dos militares e tramita no Congresso desde agosto de 2001.

De acordo com Ivone Luzardo, a insatisfação da categoria aumento após o dia 8, quando o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que as negociações salariais estavam suspensas, devido ao fim da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), até a aprovação do Orçamento para 2008.

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