Movimentos vão às ruas protestar contra o golpe

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Publicado Terça, 09 de Agosto de 2016 às 11:33, por: CdB

Apesar da cobertura da grande mídia, que dá como certa a aprovação do impeachment de Dilma, os movimentos que compõem a Frente Brasil Popular acreditam que é possível reverter a decisão no Senado

Por Redação, com RBA - de São Paulo:   Movimentos sociais e centrais sindicais que integram a Frente Brasil Popular, sairam às ruas nesta terça-feira, em diversas cidades do país, em defesa da democracia e para protestar contra o impeachment. Ao longo do dia, o Senado decide em plenário se abre processo contra a presidenta Dilma Rousseff por crime de responsabilidade, após aprovação em comissão especial. As manifestações também se opõem a retirada de direitos promovida pelo governo de Michel Temer.
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Manifestações visam a influenciar votação no Senado, que deve seguir pela madrugada
Baseados em perícia do Senado e decisão do Ministério Público Federal, que afirmaram que as alegadas manobras fiscais não configuram crime de responsabilidade, os movimentos classificam o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), a favor do afastamento de Dilma, como um atentado à Constituição. Em nota, a Frente Brasil Popular afirma que o golpe institucional decorrente do impeachment tem como alvo "a classe trabalhadora, os setores populares, os direitos sociais, as liberdades civis e democráticas, o patrimônio público, a soberania e o Estado Nacional." O documento também expõe as contradições do governo interino, que adota discurso de austeridade, mas amplia o déficit público. Por outro lado, acaba com a obrigatoriedade de gastos governamentais em saúde e educação, impondo limites que significam um verdadeiro desmonte dos serviços públicos. Eles também denunciam a diminuição de recursos em programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família, e atacam a proposta de reforma da Previdência do governo Temer, que quer aumentar a idade mínima para acesso às aposentadorias e desvincular do salário mínimo o reajuste dos aposentados. – Cientes de que as urnas não aprovariam o desmonte do patrimônio público e a retirada de direitos conquistados o governo golpista promove também a dilapidação do patrimônio público com privatização de empresas estatais no setor elétrico, nos portos e aeroportos, a venda de campos do pré-sal para corporações transnacionais e a venda de terras e demais recursos naturais ao capital internacional, segundo os movimentos. – É uma jornada para alertar a população brasileira mais uma vez sobre o perigo que estamos passando diante desse verdadeiro golpe organizado por setores da elite brasileira – afirma Douglas Izzo, presidente da CUT-SP, em entrevista à Rádio Brasil Atual. Ele também classificou que o processo de impeachment como um golpe parlamentar: "É um julgamento político daqueles que não conseguiram ganhar as eleições no voto e agora querem, através de um golpe legislativo, tomar o poder de assalto", diz Izzo. Apesar da cobertura da grande mídia, que dá como certa a aprovação do impeachment de Dilma, os movimentos que compõem a Frente Brasil Popular acreditam que é possível reverter a decisão no Senado. Em Brasília, os protestos, que ocorreram desde o início da manhã no Congresso Nacional, também tem como alvo o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/16, proposto pelo governo interino, que prevê a renegociação da dívida dos estados com a União, condicionada a limitações orçamentárias, como congelamento de salários e concursos, subcontratações e precarização do trabalho dos servidores públicos e do atendimento à população. Manifestantes que tentavam acessar as dependências do Câmara foram impedidos de entrar pela segurança da Casa. Segundo relato de integrante da Federação Única dos Petroleiros (FUP), dois petroleiros que protestavam foram detidos pela Polícia Legislativa. Em São Paulo, as manifestações tiveram concentração no vão livre do Masp, na Avenida Paulista.
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