Há nove anos a torcida do Vasco chorava a perda de uma das maiores promessas do futebol brasileiro na década de 90. No dia 19 de abril de 1994, morria, num acidente automobilístico, o atacante Dener; pequeno, rápido e extremamente habilidoso. Revelado pela Portuguesa de Desportos em 1991, o jogador estava emprestado ao Vasco havia três meses, mas já tinha encantado sua torcida com jogadas geniais. "Ele tinha uma habilidade rara. Foi o único jogador que eu vi dar um elástico com a bola em velocidade", lembra seu ex-companheiro, o lateral Pimentel. Sua genialidade era, eventualmente, ofuscada pela fama de indisciplina fora das quatro linhas, mas seu futebol de dribles rápidos e arrancadas mortais o levava a conquistar cada vez mais admiradores. O ex-técnico da seleção brasileira, Falcão, chegou a escalá-lo 11 vezes com a amarelinha. Seria o prefácio para uma carreira brilhante até que, na manhã do dia 19 de abril, voltando de São Paulo para o treino da manhã em São Januário, Dener, na companhia de seu amigo Oto Gomes de Miranda, bateu com seu Mitsubishi Eclipse branco numa árvore na Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, Zona Sul do Rio. Dener morreu estrangulado com o cinto de segurança. Era o fim de um mito. Mas apenas o começo do martírio de sua família. Durante três anos, brigaram na justiça com a diretoria do Vasco da Gama que não havia renovado o seguro de vida do jogador e se recusava a pagar qualquer indenização. Apenas em 1997 as partes entraram em acordo. Dirigentes de Vasco e Portuguesa não programaram nenhuma homenagem ao jogador. "Acho que os dirigentes e os torcedores deveriam pensar mais no Dener, apensar dele ter ficado pouco tempo no Vasco. Para seus ex-companheiros ele está sempre presente.", afirmou o ex-jogador Luisinho.
Rio de Janeiro, Quinta, 28 de Março de 2024
Morte de Dener completa nove anos
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Publicado Sábado, 19 de Abril de 2003 às 17:16, por: CdB
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