Morte de casal adolescente é lembrada em São Paulo

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Publicado Sábado, 22 de Novembro de 2003 às 10:06, por: CdB

Familiares dos estudantes Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felipe Silva Caffé, 19, vão realizar neste sábado uma manifestação pela "Paz e Justiça" em homenagem ao casal de namorados, assassinado em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Um ato ecumênico será feito em frente ao Colégio São Luiz, na Avenida Paulista, onde os dois estudavam, e em seguida sairá uma passeata até a Assembléia Legislativa, no Ibirapuera.

No ato, serão pedidas mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Entrento,o pai de Liana, Ari Friedenbach, afirmou que não fará campanha pela redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. O mentor do crime é um adolescente de 16 anos. Atualmente, o ECA determina que o tempo máximo de internação para jovens infratores seja de três anos. A morte do casal colocou em evidência a discussão em torno da maioridade penal.

A passeata deve reunir cerca de 5 mil pessoas, segundo Dener Torres, presidente da Casa Assistencial Luz da Esperança, que apóia o ato. Familiares e amigos do casal vestirão blusas com uma foto de Liana e Felipe e a mensagem "paz com justiça".

No carro de som que acompanhará a manifestação, serão tocadas músicas de Tim Maia e Legião Urbana, a pedido de estudantes do colégio São Luís, onde o casal estudava.

Os cinco acusados do crime estão detidos. O líder do grupo, segundo a polícia, é um adolescente de 16 anos conhecido como Champinha. Ele confessou ter abusado sexualmente de Liana e a matado com 15 facadas. Felipe foi assassinado com um tiro na nuca, dias antes, por um dos comparsas de Champinha.

No caso do adolescente Champinha, o advogado está convencido de trata-se de um psicopata e, por isso, quer a aplicação da lei. Ele disse ter conversado com diversos especialistas e que não há tratamento clínico para um psicopata. "Ele pode se comportar bem quando está sob vigilância, mas poderá sair e cometer outro crime", disse Friedenbach.

O advogado espera que laudos médicos comprovem que Champinha é psicopata, pois a lei já prevê a internação por tempo indeterminado por medida de segurança. Ele diz que menores que cometem outros delitos são recuperáveis.

Friedenbach está procurando vários especialistas para discutir o assunto e quer saber mais sobre os que defendem a permanência das regras atuais, que estabelecem que os menores que cometem crime devem permanecer apenas três anos na Febem e serem soltos a partir deste prazo. Os menores continuam na Febem mesmo depois de completar 18 anos. Ele pretende, ainda, encontrar com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para discutir o assunto.

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