Moro volta atrás e libera cunhada de Vaccari após constatar erro

Responsável pelos processos da operação Lava Jato em primeira instância, o juiz Sérgio Moro determinou que a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto fosse libertada "imediatamente". O alvará de soltura em favor de Marice Corrêa de Lima foi expedido às 11h30 desta quinta-feira. Na véspera, Moro determinou a prorrogação da prisão temporária de Marice por mais cinco dias. A ré no processo foi presa na última sexta-feira, quando se entregou a Polícia Federal após chegar de uma viagem no Panamá, onde participava de um congresso. Ela chegou a ser considerada foragida pela PF desde o dia em que Vaccari foi preso, no último dia 15. A cunhada de Vaccari é acusada de ter depositado dinheiro de propina da empreiteira OAS, investigada na operação, na conta bancária de sua irmã e mulher de Vaccari, Giselda Rosie de Lima. Imagens de câmera de segurança do banco Itaú em São Paulo indicavam uma mulher muito parecida com Marice no caixa eletrônico no mesmo horário em que o dinheiro caía na conta de Giselda. Moro acreditou que as imagens "não deixam qualquer margem para a dúvida" de que era Marice. Mas, em depoimento à PF, ela negou as acusações. Diante da negativa, Moro prorrogou sua prisão, principalmente, por alegar que a ré teria mentido em depoimento. Giselda, no entanto, contradisse Moro ao admitir que era ela própria nas imagens do banco, conforme havia dito a irmã. O advogado Claudio Pimentel, que defende Marice, elogiou a decisão que determinou a soltura: "Recompõe o status legal dos direitos de Marice".