Moradores de rua recebem apoio para realizar pesquisa

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Publicado Sábado, 26 de Setembro de 2015 às 12:56, por: CdB
Por Redação, com Fausto Salvadori Filho/Ponte.org - de São Paulo Uma equipe de técnicos da instituição não governamental Ponte.org participa, na capital paulista, no processo de formação e aplicação de novas técnicas de entrevista e reportagem a dez moradores de rua, contratados como pesquisadores em projeto financiado pela prefeitura de São Paulo. Cada um recebe salário mensal líquido de R$ 500, mais vale-alimentação e transporte, ao longo de oito meses. — A população de rua precisa ser ouvida. Se a gente ouvir o que ela quer, resolve o problema dela — afirmou Paulo César de Paula ao repórter da Ponte, com a experiência de anos como morador de rua e militante de movimentos sociais.
morador-rua.jpgPesquisadores do projeto social ouvem e veem a realidade mais profunda na sociedade paulistana
Desde maio deste ano, é isso o que Paulo tem feito: ouvir. Ao lado de outros nove pesquisadores, Paulo conversa com os habitantes das calçadas, vielas, praças, tendas, albergues, malocas, centros de acolhida e bueiros – todos os locais da cidade de São Paulo que servem como casa para os que não têm casa. Outro dos pesquisadores, Darcy da Silva Costa, diz: — A gente não está indo lá para contar as pessoas, como se faz com gado. Estamos indo lá para saber um pouco do outro. Os dez pesquisadores envolvidos no projeto são todos pessoas que vivem ou já viveram nas ruas. O trabalho deles deles é o coração da Pesquisa Social Participativa Pop Rua, realizada pela Sur, empresa de psicanálise, clínica e intervenção social, com financiamento da Secretaria Municipal de Direitos Humanos da administração Fernando Haddad. — Essa pesquisa melhorou minha autoestima, e isso é importante — afirma Paulo. Também fazem parte do projeto quatro psicólogos, quatro estudantes de psicologia e a equipe da Ponte, contratada pela Sur para trabalhar técnicas de entrevista e reportagem com os pesquisadores, por R$ 2 mil mensais. — Queremos levantar as situações de vida nas ruas usando uma metodologia em que o pesquisador é alguém que vive a situação de rua — explica a psicóloga Emilia Estivalet Broide, da Sur, técnica sênior da pesquisa. As informações do projeto serão usadas para subsidiar a criação de um Plano Municipal para a População em Situação de Rua, a ser elaborado pelo Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua, o Comitê Pop Rua, espaço de discussões que reúne representantes do governo e da sociedade civil.
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