Montadoras de caminhões e ônibus articulam manobra

Uma manobra está sendo orquestrada pelas montadoras de caminhões e ônibus no país. A pretexto de cumprir a nova legislação ambiental que entrará em vigor proximamente e exigirá um maior controle nas emissões de gases pelos veículos, as indústrias se articulam para obter financiamentos com juros mais baixos do BNDES. Argumentam que terão de investir mais em tecnologia.

A nova legislação dotará o país de maior controle na emissão de gases poluentes. Uma mudança fundamental e, tudo indica, drástica tanto em termos dos componentes desses veículos, quanto da utilização de um novo diesel (que terá menos enxofre) e de um aditivo à base de uréia (Arla 32).

As montadoras já estimam que o preço dos novos caminhões e ônibus – ano 2012 - poderá aumentar entre 8% a 20%. Em outras palavras, anunciam que caminhões e ônibus menos poluentes custarão mais caro ao país e se armam para obter uma contrapartida.

Para a indústria, os preços maiores e os juros menores que vão pleitear ao BNDES, atenuará o impacto da queda nas vendas prevista para o próximo ano. Outra idéia é desonerar impostos de componentes.
Vale destacar que de janeiro a julho deste ano, a venda de todos os tipos de veículos no país aumentou 8,58%.

Desse total, houve aumento de 15,1% na venda de caminhões; 21,69% na de ônibus; e 5,79% na de automóveis. A MAN Latin America registrou aumento de vendas de 22,7% em caminhões e a Ford de 12%, em relação a igual período do ano passado. O mercado está aquecido.

Agora, ficam as perguntas: o governo e os órgão ambientais vão permitir essa manobra? E, mais, o BNDES vai reduzir os juros para quê? As montadoras que aumentem a produtividade e reduzam os custos.