O ministro da Defesa da França, Hervé Morin, falou nesta quinta-feira em tom de otimismo sobre a venda de 36 caças Rafale ao Brasil, apesar de o governo brasileiro ter garantido que o processo de escolha dos novos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) ainda está em aberto.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy anunciaram esta semana que os dois países entraram em fase final de negociações para a compra de 36 aviões de combate da Dassault Aviation.
Nesta quarta-feira, o ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou, no entanto, que o processo de seleção para o fornecimento dos caças à FAB ainda não estava concluído.
Segundo Jobim, é fato que o Brasil está interessado nos Rafale, mas ainda não descartou o F-18 norte-americano, da Boeing, ou o Gripen, da empresa sueca Saab.
Questionado a respeito, Hervé Morin respondeu que, em sua opinião, o que valia era o comunicado conjunto dos presidentes Sarkozy e Lula.
– O comunicado diz que a negociação vai de agora em diante priorizar o Rafale. Haverá uma discussão que vai tratar do financiamento do programa, das transferências de tecnologia, dos processos industriais, das cooperações industriais, do sistema de armas que será colocado nos aviões e da forma que assumirão os serviços prestados pela indústria –, disse Morin.
Mas o ministro reconheceu: "A venda está adiantada, será concluída no dia em que for assinada."
Para Morin, a França e o Brasil se engajaram numa parceria estratégica e "falam com a mesma voz" sobre os temas mundiais mais importantes.
– Através dessa parceria, poderemos levar nossa influência para uma parte do continente da qual estávamos ausentes havia anos, e onde apenas os norte-americanos estavam presentes –, disse.
O ministro francês rejeitou a ideia de que o destino da empresa Dassault depende da aquisição pelo Brasil dos 36 caças Rafale.
– A Dassault é uma empresa que vai muito bem, e não há problemas nessa área –, afirmou.
O Rafale nunca antes foi exportado e é usado unicamente pela Aeronáutica francesa.