Ministra apela por comércio mundial mais justo

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Publicado Sábado, 06 de Setembro de 2003 às 12:22, por: CdB

 A ministra alemã da Cooperação Econômica apelou aos participantes da Conferência Mundial de Comércio a manterem suas promessas anteriores de liberalização comercial. Heidemarie Wieczorek-Zeul disse que, se os países em desenvolvimento tiverem condições justas para comercializar seus produtos no mercado internacional, 140 milhões de pessoas poderão sair da pobreza e da fome. A social-democrata acrescentou ser indispensável o fim das injustiças provocadas pelas barreiras alfandegárias e subvenções dos países industrializados. A Conferência da OMC acontece na próxima semana em Cancún, no México.

Boas relações ameaçadas

O comércio entre o Brasil e a Alemanha cresceu no último ano, apesar das barreiras alfandegárias a inúmeros produtos nacionais. No entanto, testes realizados pela área de Saúde daquele país, constatou que várias amostras de frango importado do país estavam contaminadas. Teste feito pela revista Ökotest em produtos à venda na Alemanha detecta antibióticos, bactérias resistentes a antibiótico e germes em carne de frango de várias procedências, inclusive do Brasil. As importações do produto brasileiro cresceram 96%.

Carne de frango com grande quantidade de germes, antibióticos e bactérias resistentes a antibiótico é encontrada, com freqüência, à venda na Alemanha. É o que denuncia a revista Ökotest, baseada nos testes que realizou em 18 produtos para a sua edição de setembro. Na metade das provas foi encontrado um elevado número de germes e, especialmente preocupante, 17 continham a bactéria escherichiacoli, resistente a antibiótico. Além disso, em quatro provas foi constatado diretamente um antibiótico.

Para a revista especializada, tais descobertas provam que é usado antibiótico demais na ceva de frangos. Ela criticou especialmente os produtores do Brasil e da Tailândia. Os dois países continuariam usando antibiótico de maneira pouco séria, frouxa e relaxada, segundo a revista. Mas, pelo menos, ela diz que não constatou o antibiótico proibido nitrofuran, que foi encontrado com freqüência, no ano passado, nas aves do Brasil e da Tailândia. Por causa disso, a União Européia criou uma cláusula especial de proteção para as importações, que persistem para o Brasil. Para a Tailândia ela foi afrouxada, as condições de criação no país asiático teriam melhorado.

Thomas Janning, da organização de cúpula dos produtores de aves da Alemanha também fez essa crítica. Ele aconselhou os consumidores a observarem o selo nos produtores alemães: a letra D de Deutschland (Alemanha), impressa três vezes, garante o nascimento, engorda e abate dos animais no país, assim como o cumprimento das determinações sanitárias rigorosas.
Janning garantiu que o uso de antibiótico foi fortemente reduzido na criação na Alemanha e que os resíduos encontrados em alguns produtos nacionais não seriam motivo de preocupação. Mas a revista também chamou atenção para falta de higiene e armazenamento inadequado, que seriam responsáveis pelo número grande de germes encontrados nas provas. E neste caso a culpa não é dos exportadores e sim do próprio mercado alemão. Parte da culpa foi atribuída à onda de calor fora do comum no verão alemão.

Baseada em seus testes, a revista Ökotest só deu nota boa aos filés de frango da marcas Doux Geflügel e da Chiemgauer Naturfleisch. As demais foram de média péssima. Quatro peitos de frango continham o antibiótico enrofloxacin, que não representa uma ameaça direta à saúde humana, mas equivaleria a uma bomba-relógio, porque pertencem aos grupos de medicamentos contra doenças dos intestinos e infecções nas vias urinárias.

Barreira sanitária? - A Associação dos Produtores e Exportadores de Frango (ABEF) não quis responder as acusações da Ökotest, alegando que o brasileiro é que deveria se pronunciar, através do Ministério da Agricultura. O assessor de imprensa do Ministério, Tito Matos, já havia indicado antes a ABEF como a entidade ad

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