Militares vigiam ruas no Chile, mas população ainda reclama

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Publicado Segunda, 01 de Março de 2010 às 07:47, por: CdB

A presença de militares chilenos nas ruas de Concepción ajudou parcialmente a restablecer a ordem depois de uma onda de saques em uma das cidades mais afetadas pelo terremoto que atingiu o Chile no sábado.

No domingo à tarde, logo após uma onda de saques a supermercados, lojas, postos de combustível e farmácias, a presidente Michelle Bachelet decretou estado de exceção, o que permitiu o envio de militares às ruas para manter o controle. Além disso foi anunciado um toque de recolher, pela primeira vez, em 20 anos de democracia.

Em Concepción, uma das zonas mais afetadas pelo terremoto, os militares patrulharam a cidade, pedindo identificação inclusive da imprensa que dormia em seus carros na rua. Nas cidades próximas, a população denunciou tentativas de roubo às casas e assaltos entre aqueles que dormiam nas ruas.

– Aqui, as pessoas subiram nos telhados das casas para tentar roubar alguma coisa e mesmo que os vizinhos tentem se organizar, saindo para pedir ajuda, não tem ninguém, nem militares nem carabineros (polícia) – disse uma residente da cidade de Lota à rádio Biobío.

Perto de Lota, o terremoto provocou a queda do muro de uma cadeia de onde 50 presos fugiram, uma situação que também se repetiu em outros centros de detenção da região.

Os militares proibiram o trânsito de pessoas a partir das 21h até 6h de segunda-feira e patrulharam a cidade de Concepción em caminhões de guerra cheios de soldados paramentados, uma imagem que lembrou os tempos da ditadura de Augusto Pinochet.

– O que podemos fazer, se nós tempos paus para nos defender e eles vem armados – disse um morador de Coronel, onde a população se organizou para proteger os bens que não perderam durante o terremoto.

Segundo o subsecretario do Interior chileno, Patricio Resende, foram feitas 160 detenções na noite de domingo.

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