Microsoft cobra pelo sistema de arquivos FAT

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Publicado Sexta, 05 de Dezembro de 2003 às 09:00, por: CdB

A Microsoft decidiu iniciar a cobrança de royalties pelo uso de seu sistema de arquivos FAT em dispositivos como cartões de memória, câmeras digitais e MP3 Players. As duas modalidades de licenciamento disponíveis podem custar até US$ 250 mil por produto licenciado.

A primeira versão do sistema de arquivos FAT, responsável por organizar os dados no disco rígido de seu computador, foi criada em 1976. Com o tempo ele se tornou o sistema de arquivos padrão nos sistemas operacionais da Microsoft, desde as primeiras versões do DOS até o Windows mais recente, onde está sendo lentamente substituído pelo sistema de arquivos NTFS, mais robusto e originalmente desenvolvido para o Windows NT.

Por sua onipresença, o sistema de arquivos FAT se tornou o padrão em mídia usada em dispositivos como câmeras digitais e MP3 players. Graças a ele é possível simplesmente plugar um cartão de memória no PC e usá-lo imediatamente como se fosse um HD, sem a necessidade de instalação de drivers.

São duas modalidades de licenciamento: uma para fabricantes de mídia removível de estado sólido, como cartões de memória Flash, Compact Flash, SD, MMC, Memory Sticks e compatíveis. Para vender mídia pré-formatada com o sistema de arquivos FAT, e pronta para uso pelo Windows, os fabricantes terão de pagar US$ 0,25 por unidade, ou um valor máximo de US$ 250 mil, correspondente a 10 mil unidades.

Fabricantes de dispositivos capazes de ler/gravar mídia removível no formato FAT, como máquinas fotográficas e filmadoras digitais, PDAs, MP3 players, porta-retratos digitais, instrumentos eletrônicos digitais e TVs "inteligentes" também terão de se submeter ao licenciamento, pelo menos valor de US$ 0,25 a unidade ou US$ 250 mil.

O site da Microsoft não é claro, mas aparentemente os valores especificados são por produto. Portanto, um fabricante de câmeras digitais com 4 modelos diferentes poderia acabar tendo de pagar US$ 1 milhão em royalties à Microsoft. Considerando o volume de produção e os lucros gerados pela venda de milhares destes dispositivos anualmente, o valor não parece tão absurdo, mas pegou muitos fabricantes de surpresa.

Como parte dos termos de licenciamento, os fabricantes receberão documentação, as especificações do sistema de arquivos FAT e software para testar e certificar suas implementações, para garantir a compatibilidade entre diversos aparelhos. Contudo, não será surpresa se os fabricantes, temendo uma mudança de idéia na Microsoft, resolverem se unir e produzir um novo sistema de arquivos livre de royalties para uso em seus dispositivos.

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