Mercadante dá o sinal para PT apoiar candidatura de Sarney no Senado

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Publicado Quinta, 09 de Janeiro de 2003 às 18:42, por: CdB

Até então reticente em falar abertamente do apoio ao senador José Sarney (PMDB-AP), o senador eleito Aloizio Mercadante (PT-SP), futuro líder do governo, mudou o tom nesta quinta-feira e não disfarça a preferência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa à presidência do Senado. É o sinal que faltava para o partido do governo se definir pela ala dissidente do PMDB e ampliar a dissidência interna da legenda. "Qual é o problema da gente torcer pelo Sarney da mesma forma que o Fernando Henrique pode torcer pelo Renan?", questiona. Segundo ele, o que tem dificultado o acordo entre o PT e o PMDB na eleição dos presidentes da Câmara e do Senado não são os nomes mas, sim, o fato de a cúpula peemedebista ter desrespeitado o acerto feito com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Mercadante diz que o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e o líder Renan Calheiros (AL) propuseram a Dirceu que o partido e o governo aguardassem a eleição das presidências sem buscar novas filiações. "Nós seguimos o que estava combinado, mas eles não", defende. "O PMDB não pode ficar aliciando senadores artificialmente e alterando a composição das bancadas." Também ficou acertado que os partidos apoiariam a indicação para os cargos feitas pela maiores bancadas. Ele diz que conversou sobre isso com Renan na quarta-feira. "Temos um acordo de procedimentos e é isso que deve valer", alega. Um demonstração de boa vontade do partido, na avaliação do futuro senador, seria o adiamento da filiação do senador Romero Jucá (PSDB-RR) para depois da eleição das Mesas. "Nós não vamos particpar desse jogo", insiste. Aloizio Mercadante defende a manutenção de dois compromissos feitos com o PMDB para ressuscitar o acordo: o distanciamento dos peemedebistas de eventual articulações para formação de blocos e o fim do aliciamento de novos senadores. Ele afirma que o governo quer o "apoio incondicional" de todos os partidos, mas que não vai insistir em fechar compromissos com dirigentes que não cumprem o acertado. "Estamos abertos ao dialogo", afirma. Em campanha O certo é que as dificuldades na aproximação do PT com a cúpula peemedebistas, acentuada esta semana, terminaram favorecendo a candidatura do senador José Sarney. No próximo dia 17, ele iniciará sua campanha na Paraíba, acompanhado do governador do Paraná, Roberto Requião e de outros políticos do grupo dissidente do PMDB. Sarney participará de um seminário que está sendo organizado pelo senador eleito José Maranhão (PMDB-PB). O ministro José Dirceu tem atuado intensamente a favor de Sarney. Pelo menos três senadores com os quais ele conversou confirmam essa estratégia. A alegação do ministro é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá mais facilidade para governar com um "aliado de primeira hora" no comando no Senado.

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