Megaeventos vão acentuar déficit de profissionais na área de tecnologia da informação no país

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Publicado Quinta, 25 de Agosto de 2011 às 13:17, por: CdB

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os grandes eventos internacionais que serão realizados no Brasil nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, além da exploração do petróleo e gás da camada pré-sal, poderão acentuar ainda mais a falta de profissionais brasileiros na área de tecnologia da informação (TI), cujo déficit atual chega a 70 mil, prevê Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

O chefe da Divisão de Atendimento e Suporte da TI da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Fabio Brandão, disse que só na região fluminense há uma necessidade de 3,2 mil profissionais. “Estima-se que, com o aumento da demanda, esta escassez aumente”, disse.

Segundo o técnico da Firjan, além de investimentos em infraestrutura tecnológica, esses eventos farão com que as empresas privadas capacitem profissionais que terão, por exemplo, o seu primeiro emprego na área de suporte de TI. Fabio Brandão reiterou que hoje, o Brasil não tem profissionais suficientes para atender à demanda que virá.

Para Brandão, os megaeventos implicarão também na necessidade de desenvolvimento de novos produtos e serviços. “Hoje, o mundo é digital”, declarou. As inovações tecnológicas que continuarão surgindo a cada dia, “com a Copa e os outros eventos, tornarão isso mais urgente”.

Ele também destacou, em especial, que a realização no Rio de Janeiro, em 2013, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com a presença do papa Bento XVI, vai impactar o setor de TI, uma vez que os jovens são a parcela da população que faz maior uso dessas tecnologias.

O gerente de suporte remoto de TI da Petrobras, Leonardo Bottino, confirmou que a demanda por mão de obra na área de TI vai crescer muito com esses eventos. “É inexorável”. Segundo ele, o pré-sal vai trazer crescimento para a Petrobras e, também, novos desafios. Acrescentou que os demais eventos programados vão fazer com que o país, e em especial, o Rio de Janeiro, assuma um destaque internacional muito grande.

“Isso vai exigir uma série de serviços que hoje não existem, pelo menos na quantidade que se precisa”. Ressaltou que a estrutura para atender os milhares de turistas que deverão vir ao Brasil vai demandar projetos na área de tecnologia da informação para apoiar essas ações, seja na construção civil, na hotelaria, no turismo, no transporte. “Tudo tem TI e o setor vai ser demandado por uma mão de obra que hoje já está deficitária”. Bottino avaliou que o déficit de profissionais vai inflacionar o mercado. “E isto não é bom”.

Ele acredita que essa será uma oportunidade também para incluir no mercado de trabalho pessoas que estão fora, sem qualificação. Caberá às próprias empresas tomar a iniciativa de treinar os funcionários e capacitá-los, sem esperar que o governo faça tudo sozinho. “Nós estamos em um momento de quebra desse paradigma. Agora, as empresas que quiserem crescer têm que participar ativamente desse processo”.

Como tomadora de serviços, a Petrobras implantou recentemente o programa Progredir, onde as empresas prestadoras de serviços podem contrair empréstimos a taxas reduzidas, crescer “e ficar do tamanho que a Petrobras precisa para o pré-sal”, disse Bottino.

De acordo com a Brasscom, o mercado brasileiro de TI emprega mais de 1,2 milhão de profissionais e é o sétimo maior mercado do mundo.

 

Edição: Aécio Amado

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